O DIA NA HISTÓRIA

No ano de 1961, nesta data, o presidente Jânio da Silva Quadros, em carta enviada ao Congresso, renunciou à Presidência da República, ato que deu início a um processo turbulento na política brasileira, que culminou em 31 de março de 1964, com a deflagração do golpe militar, que se auto denominou de Revolução de 31 de Março, responsável por um longo e negro período de autoritarismo, trevas, torturas etc..., e muitos entulhos anti-democráticos alguns dos quais persistem até os dias de hoje.

Jânio foi eleito em 1960, por cerca de 6 milhões de eleitores, uma façanha eleitoral para aquele tempo. Assumiu a presidência em 21 de abril de 1961, recebendo a faixa presidencial das mãos do presidente Juscelino Kubitscheck, o JK.
Como o slogan da administração JK era "50 ANOS DE DESENVOLVIMENTO EM 5 ANOS", Jãnio cunhou o seu slogan dizendo que ia pagar "5o anos em 5 anos", uma alusão direta a dívida contraída por JK. Naquela época, o mandato presidencial era de 5 anos, sem direito a reeleição.
Governou poucos meses, mas de modo muito original. Proibiu as brigas de galo, os desfles em biquini, a lança-perfume, desvalorizou a moeda em 100% em relação ao dólar, aboliu o uso do paletó e gravata e usava elegantes "slacks" tipo safari africano, declarou guerra ao contrabando de produtos estrangeiros, recebeu e agraciou "Che" Guevara com a mais alta condecoração brasileira, a Ordem do Cruzeiro do Sul, e se comunicava com seus ministros por "bilhetinhos" que se tornaram famosos.

Costumava beber em demasia, e se dizia pressionado por "forças ocultas", que até hoje assim permanecem.
Tinha um gênio difícil, era profundamente impaciente, intransigente e costumava tomar atitudes inesperadas e muitas vezes desconcertantes. A renúncia foi uma delas, a maior de todas.

O mais provável motivo de sua renúncia teria sido a tentativa de dar um golpe de estado de caráter populista, com o apoio das forças armadas, que não tinham muita confiança e nem apreço pelo presidente, e aí o tiro saiu pela culatra.