Na próxima terça-feira, 23 de novembro, uma Feira de Ciências promete
agitar o município de Morro do Chapéu (a 384 km de Salvador). A
expectativa é de que o evento atraia cerca de cinco mil pessoas ao
Colégio Estadual Jubilino Cunegundes. Os 600 estudantes da unidade
escolar de ensino médio já estão ansiosos para ver a reação dos
visitantes quando conhecerem as máquinas produzidas por eles.
“As nossas experiências não são bestas. Estamos vencendo desafios. A
minha turma está construindo uma torre eólica e vamos transformar o
vento em energia elétrica. Acho que as pessoas vão gostar de conhecer
mais uma fonte de energia sustentável e limpa”, diz Iago Oliveira, 18,
estudante do 4º ano do curso normal médio.
Para construir a torre, Iago conta que a turma parafusou uma hélice
em um alternador de carro e os prendeu em uma haste a seis metros de
altura. “Quanto mais alta for a haste, é melhor. A hélice vai captar o
vento e jogá-lo para o alternador até gerar a energia elétrica. Com essa
energia, vamos ligar uma TV, um aparelho de som e uma lâmpada”, explica
Iago.
Além da torre eólica, o público poderá conferir todo o conhecimento e
a tecnologia empregada na construção de uma moto e uma bicicleta
adaptadas para pessoas com deficiência, uma réplica do Titanic
feita com fibras de vidro, um trio elétrico feito de latas de alumínio,
com seis metros de comprimento e movido a energia solar, além de um
sistema de segurança a laser, dentre outras experiências. Segundo
o professor de física, Amarílio Araújo da Silva, “tudo foi produzido
com base nos conteúdos vistos em sala de aula, nas disciplinas física e
química”.
Assuntos como “termodinâmica”, “eletricidade” e “teorema de
Arquimedes”, que, às vezes, resultam em dor de cabeça para muita gente,
serão vistos sob uma nova ótica e admirados pela comunidade local.
“Todos conhecerão os conceitos e o processo de produção dos
equipamentos. A teoria vista em sala de aula virou prática e vai
encantar. É um projeto melhor que o outro”, garante Amarílio.
O estudante Iago Oliveira confirma que “a ideia de fazer a feira foi
muito boa”. Ele destaca o trabalho em grupo e a união das turmas como um
dos maiores benefícios do projeto. “É um incentivo para a gente. Até os
colegas, que antes ficavam conversando na sala de aula, estão mais
interessados em aprender. Está todo mundo fazendo junto”, afirma Iago.
Solidariedade - A 2ª Feira de Ciências do Colégio Jubilino Cunegundes traz o tema Fazendo ciência com solidariedade,
que entrou em vigor desde o início, quando a comunidade do município
abraçou o projeto e doou parte do material para que os estudantes
realizassem as suas experiências científicas.
Contrariando quem pensa que estes produtos se tornarão peças de
museu, o professor Amarílio explica que a moto e a bicicleta adaptadas
para pessoas com deficiência poderão ser vistas circulando nas ruas de
Morro do Chapéu. “Elas serão pilotadas por dois dos nossos estudantes
especiais”, acrescenta o professor.
Os estudantes também se empenharam na arrecadação de alimentos e
conseguiram compor 100 cestas básicas. “Elas serão entregues às famílias
carentes. É mais um exercício de solidariedade”, completa Amarílio.
Todos os estudantes do Colégio estão envolvidos no projeto da Feira
de Ciências. Eles cursam o ensino médio, nas modalidades normal e
técnico em Agropecuária e Agroecologia.
SEC
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