22 de novembro de
2010 será uma data histórica para o Vale do São Francisco. Neste dia,
foram plantadas as primeiras mudas de maçã, pêra e caqui no Perímetro de
Irrigação Senador Nilo Coelho. No ensaio para produção em escala
comercial, 1000 macieiras, 1000 pereiras e 450 caquizeiros, vindas do
Paraná, serão testadas numa área de 1,5 hectare irrigado de um lote
agrícola no Núcleo Habitacional IV (N4). O processo de adaptação
climática, floração e frutificação das plantas terá acompanhamento do
pesquisador da Embrapa Semi-árido, Paulo Roberto Coelho Lopes, que desde
2005 trabalha nos estudos para diversificar a fruticultura na região.
A
inserção da maçã no Nilo Coelho é resultado do Projeto de Integração e
avaliação de culturas alternativas para as áreas irrigadas do semiárido
brasileiro desenvolvido pela Embrapa Semi-árido com financiamento da
Codevasf, Banco do Nordeste e Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia
do Estado de Pernambuco – Facepe. Só a Companhia repassou cerca de R$ 1
milhão para o projeto.
“Os
investimentos em pesquisas são responsáveis pelo fortalecimento do
agronegócio no Brasil. E são as inovações científicas e tecnológicas que
proporcionaram a introdução dessas três novas variedades agrícolas no
Vale do São Francisco”, destaca o superintendente da Codevasf em
Pernambuco, Luís Eduardo Frota ao ressaltar que nessa fase preliminar
serão verificados, entre outros aspectos, o desempenho agronômico, a
vulnerabilidade e a lucratividade dessas culturas para os produtores do
Perímetro Nilo Coelho.
O cultivo
da maçã numa região com altas temperaturas durante a maior parte do ano
ganhou destaque no campo científico. Isso porque a maçã é uma fruta de
clima temperado, algumas variedades exigem entre 300 e 350 horas de frio
com temperatura em torno de 7º C. Contudo os limites climáticos estão
sendo superados.
No campo
experimental da Embrapa, localizado no Perímetro de irrigação Bebedouro,
já estão sendo colhidas duas safras do fruto da macieira.
No
Vale do São Francisco, as variedades de maçã que tiveram melhor
adaptação ao clima quente da região foram Eva, Julieta e Princesa. Elas
sofreram indução genética para frutificarem no período da entressafra
nacional, o que coincide com os meses de junho e julho, tradicionalmente
os mais frios no Sertão com média de temperatura mínima oscilando de
18º a 20º C.
A maçã, agregado ao
fato de reduzir em 35% o risco de câncer intestinal, é uma fruta em
expansão no mercado agrícola. Dados do Ministério do Desenvolvimento,
Indústria e Comércio Exterior apontaram o crescimento de 18% nas
exportações de maçãs alcançando em 2008 um faturamento de US$ 80 milhões
para a balança comercial do Brasil.
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