O abandono escolar de estudantes baianos do ensino fundamental cujas
famílias são assistidas pelo Bolsa Família caiu de 18,1% para 7,6% nos
últimos cinco anos. No ensino médio também houve redução de 21,1% para
18,5%. A frequência escolar é uma condicionante para o acesso ao
benefício concedido pelo governo federal às famílias com baixa renda. No
caso dos estudantes de 6 a 15 anos, é obrigatório ter 85% de
frequência. Para aqueles de 16 e 17 anos, o percentual exigido é de 75%.
Na Bahia, atualmente, são 1,7 milhões de famílias beneficiárias, o que
representa 14% do total de assistidos pelo programa em todo o país.
O diretor da Coordenação de Avaliação e Informações Educacionais da
Secretaria da Educação, Marcos Pinho, explica que o programa mexe com a
cultura da escola, que passa a ter que realizar o acompanhamento destes
alunos para responder ao sistema do Ministério da Educação, e dos pais,
que passam a contribuir para a permanência dos estudantes na escola. “Se
o estudante não vai à escola, a família pode ter o benefício suspenso.
Então, os pais passam a ter um maior comprometimento com a frequência
escolar dos filhos”, ressalta.
O acompanhamento é possível porque o Ministério do Desenvolvimento
Social informa o público beneficiado, através da folha de pagamento, e
as escolas recebem os bancos de dados com os nomes dos alunos
assistidos. O acompanhamento do programa antes da primeira gestão do
governador Jaques Wagner era de 50% dos alunos assistidos; agora, esse
início chega a quase 90%. Estudos realizados no país já apontaram para a
melhoria dos resultados educacionais após a implantação do Bolsa
Família. Uma pesquisa realizada pela Fundação Getúlio Vargas com base na
Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílio (Pnad), por exemplo, indicou
que 12% das crianças e adolescentes que poderiam estar engrossando as
estatísticas do trabalho infantil ou fora da escola, com o Bolsa
Família, estão nas salas de aula.
Bolsa Família - A estratégia adotada pelo programa
de atrelar o pagamento do benefício à frequência escolar é uma forma de
combater a evasão e o abandono e fazer com que as famílias passem a
valorizar a educação como meio de superar as condições de pobreza. Em
caso de frequências abaixo do percentual exigido, as famílias são
alertadas, podendo ter até o pagamento do benefício suspenso
temporariamente. “A intenção do programa não é punir as famílias, mas
fazer com que os alunos não evadam. Nosso objetivo maior é combater a
evasão, melhorar a qualidade do ensino e melhorar o acompanhamento
individual do aluno”, explica Marcos Pinho.
Diante do primeiro descumprimento da frequência exigida, a família é
informada. No segundo, a família é avisada e a bolsa é suspensa por 30
dias. Com a regularização da situação, a família volta a receber os
recursos, incluindo o retroativo ao mês suspenso. Já no terceiro
descumprimento, há um aviso seguido de suspensão do pagamento por 60
dias, sem devolução das parcelas mesmo mediante regularização da
situação. O mesmo procedimento ocorre na quarta vez e, na quinta, ocorre
a suspensão definitiva, cabendo ainda recursos.
Sec
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