Parentes de passageiros chineses
desparecidos a bordo de um avião Malaysia Airlines protestaram nesta
terça-feira em frente à embaixada da Malásia, exigindo uma explicação da
companhia aérea e acusando o governo de Kuala Lumpur trapaceá-los.
Mais cedo, uma declaração de parentes
denunciou o governo Kuala Lumpur e sua companhia aérea nacional como
"carrascos".
As emoções apresentadas pelos
familiares ressaltam uma reação que tem se espalhado na China contra a Malásia,
um destino que sempre foi popular entre os turistas chineses que procuram os
trópicos, mas cujo governo agora é visto por muitos chineses que tem
administrado mal a crise.
A maioria das pessoas a bordo do voo
de Kuala Lumpur para Pequim era da China.
Logo no início de terça-feira, poucas
horas depois do primeiro-ministro da Malásia, Najib Razak, ter dito que o avião
caiu no Oceano Índico, um parente não identificado de um passageiro leu uma
declaração no hotel em Pequim, onde muitos dos familiares das pessoas a bordo
estavam hospedadas, denunciando a companhia aérea, o governo da Malásia e
militares por "constantemente tentar adiar, ocultar e encobrir a
verdade".
"Foi uma tentativa de enganar as
famílias dos passageiros e uma tentativa de enganar as pessoas do mundo" ,
disse o comunicado , que mais tarde foi postado em um microblog chinês pelo
Comitê das Famílias do MH370 da Malaysia Airlines.
Em uma declaração mais tarde, as
famílias disseram que iriam dirigir-se à embaixada da Malásia em Pequim para
"protestar, procurar a verdade e o retorno de seus familiares".
As famílias, em um comunicado,
disseram que iriam "tomar todos as medidas possíveis para o exercício da
culpa imperdoável da companhia aérea, do governo da Malásia e dos
militares".
- Esses atos desprezíveis nos
enganaram e devastou física e mentalmente as famílias de nossos 154 passageiros
chineses, ao mesmo tempo, eles também atrasaram a operação de resgate,
desperdiçaram uma grande quantidade de mão de obra, recursos materiais e
perderam o momento mais precioso para os esforços de resgate - disse um membro
de família não identificado a repórteres.
- Se os nossos 154 entes queridos a
bordo perderam suas vidas preciosas no avião por causa disso, então a Malaysia
Airlines, o governo da Malásia e os militares da Malásia são os executores reais
que mataram nossos entes queridos - acrescentou.
O mau tempo e o mar agitado nesta
terça-feira obrigaram a suspensão da busca pelos destroços do avião
desaparecido, que as autoridades agora têm a certeza de que caiu no sul do
Oceano Índico, com a perda de todas as 239 pessoas a bordo.
Na segunda-feira à noite, houve cenas
histéricas no hotel, com alguns dos parentes chorando e sendo carregados em
macas.
A Malaysia Airlines prometeu
levar os familiares para a Austrália, o
ponto principal da busca.
O ministro da Defesa australiano,
David Johnston, disse que o primeiro-ministro, Tony Abbott, quer ajudar as
famílias, a maioria proveniente da China.- Eu sei que o primeiro-ministro está muito preocupado e daremos toda a cortesia possível. Eles passaram por uma montanha-russa emocional, durante duas semanas , o meu coração está com eles. Faremos tudo o que pudermos para lhes dar uma aparência de encerramento - disse Johnston à rádio Fairfax.