A cada 10 minutos, um idoso é agredido
no Brasil. Em 70% desses casos, o agressor é o próprio filho. Os dados são da
Secretaria de Envelhecimento Saudável e Qualidade de Vida do Rio de Janeiro.
A violência contra os idosos tem várias
facetas. Abandono, roubo, espancamento, humilhação, cárcere privado, violência
física e psicológica são alguns exemplos das agressões cometidas. Medo,
constrangimento e constantes ameaças são as principais causas que impedem a
população idosa de denunciar esses delitos. As agressões ocorrem dentro de
casa, de quem, teoricamente, mais se espera amor e proteção.
Como denunciar aquele a quem mais
dedicamos cuidado durante uma vida? Quebrar o laço familiar é um desafio para
as vítimas, que se calam diante de um muro intransponível. O idoso não consegue
anular a relação parental com o agressor da família. Romper esse silêncio
muitas vezes gera dor. Esse conflito interno explica porque 90% das denúncias
de maus tratos são anônimas.
A expectativa de vida do brasileiro
cresceu nos últimos tempos e hoje temos cidadãos conscientes e felizes aos 90
anos. Mas, infelizmente, ainda falamos de uma minoria. É preciso maior cuidado
do Estado com essa população. Hoje, temos diretrizes, serviços e órgãos que têm
por objetivo proteger essa população, o Estatuto do Idoso, conselhos estaduais
e municipais, delegacias de proteção e o Disque Denúncia (181). Mas sem a
participação da sociedade e a consciência de cada um de nós, esse ideal de
respeito não se constrói.
Ao final da próxima década, as pessoas maiores de 40 anos serão quase metade da população brasileira. Nossa nação vai envelhecer e precisaremos redobrar os (ainda poucos) cuidados com quem passou grande parte da vida prestando serviços e produzindo amor.
Congresso em Foco
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