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ATAQUE INACEITÁVEL

1/08/2015


 

 A Presidente brasileira, Dilma Rousseff, afirmou que o atentado perpetrado esta quarta-feira contra a sede do semanário satírico Charlie Hebdo, em Paris, é intolerável e inaceitável. 

"Esse ato de barbárie, além das lastimáveis perdas humanas, é um inaceitável ataque a um valor fundamental das sociedades democráticas - a liberdade de imprensa", disse a Presidente brasileira, numa nota em que considerou o ato como "terrorista".

Rousseff afirmou ainda que o momento é de "dor e sofrimento" e estendeu as suas condolências aos familiares das vítimas. "Quero expressar, igualmente, ao presidente Hollande e ao povo francês a solidariedade de meu governo e da nação brasileira", acrescentou.

A França está de luto. Espontaneamente, mais de 100 mil franceses saíram às ruas no final da tarde desta quarta-feira, pelos quatro cantos do Hexágono,  em torno da avenida Champs Elisées , sem uma manifestação silenciosa, pacífica, mas carregada de emoção. Todos estampavam uma só mensagem: “Je suis Charlie”, “Eu sou Charlie”.

 
Um dos tripés da sociedade francesa foi brutalmente quebrado. A tão prezada “liberté”  foi assassinada quando dois atiradores invadiram a redação do semanário Charlie Hebdo e mataram 12 pessoas, a maioria jornalistas, deixando outra dezena de feridos.

O jornal Charlie Hebdo é um dos principais símbolos da democracia francesa. Seus líderes estão agora mortos por terem defendido ao extremo o direito da liberdade de expressão. Ironizavam políticos e líderes religiosos com charges criativas. Morreram em uma vingança pelo profeta Mohammed, como anunciaram covardemente os atiradores antes da fuga. 

Eles quiseram matar Charlie, mas o tornaram imortal. O semanário é agora o mártir de uma sociedade que, embora unida, se sente cada dia mais ameaçada. Dois dos suspeitos continuam foragidos. Mas o maior temor é o do inimigo invisível, de uma 'islamofobia' palpável e crescente. 

Ontem mesmo, do Palácio do Eliseu, líderes religiosos se uniram em um comunicado para exprimir revolta: “A vida humana é preciosa aos olhos de deus”. 

Pela quinta vez na história da França, o país decretou luto oficial. O ato foi convocado pelo governo francês apenas nas mortes dos líderes políticos François Mitterrand, Georges Pompidou, Charles de Gaulle, e após o atentado de 11 de setembro em Nova York. 

Hoje a França amanhece ferida, mas mais combativa do que nunca. Je suis Charlie!
 
 
Das agências de notícias

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