"Em
nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade
técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão, têm a importância
que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PIG,
Partido da Imprensa Golpista". (Paulo Henrique Amorim)
Três revistas semanais
brasileiras circulam, neste fim de semana, com capas que fazem alusão aos
protestos marcados para este domingo, 15 de março.
Em Istoé, a reportagem de
Claudio Dantas Sequeira aborda o "rugido das ruas". "Onda de
manifestações contra a presidente varre o País, leva a crise política para um
novo patamar e impõe ao governo um cenário de incertezas", diz o texto.
Em Veja, Dilma é apontada
como a presidente com a menor aprovação desde o impeachment de Fernando Collor
e retratada como uma pessoa de olhos fechados para a realidade.
Em Época, do Grupo Globo,
ela é retratada como uma "presidente encurralada" pela maior crise
política desde que o Partido dos Trabalhadores assumiu o poder, em 2003.
As três publicações
semanais engrossam o coro anti-Dilma, mas os atos realizados ontem em 24
estados pela Central Única dos Trabalhadores e por movimentos sociais, em
defesa da democracia, revelam que ela ainda dispõe de um sólido bloco de apoio
popular.
Todo dia uma indústria de boatos entra
em ação. No dia 26 de outubro, 2º turno das eleições presidenciais, já havia
circulado como verdade espalhada pelo PIG que o doleiro Youseff tinha sido “assassinado
pelo PT”. Agora, Dilma vai acabar com o 13º. A poupança será confiscada no dia
18 março, bem como todos os recursos aplicados em investimentos. Fontes “inquestionáveis”
alertam que devem ser estocados alimentos pois vem aí uma guerra civil. Um
general de pijama escreve artigo no jornal O Estado de S. Paulo dizendo que o
exército está pronto para intervir.
Se alguém pensa que o dia 15 será a
passeata anticorrupção, é melhor marcar outra e com alvos diferentes. O dia 15
será a passeata de Jair Bolsonaro e do apelo à volta da ditadura, de Rachel
Sheherazade e da justiça pelas próprias mãos.
Será a passeata do obscurantismo e pode
entrar para a história como mais sombria do que a famigerada passeata da TFP
com “Deus, pela família” realizada em 1964, que com a desculpa da “defesa da
constituição”, clamou na verdade pela instalação de um regime militar. Na
época, como hoje, a mídia hegemônica apoiou de forma unânime os golpistas.
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