Foi a Rede Globo quem inventou esse
negócio de que nós baianos chamamos todo mundo de “ meu rei”, no momento
que nós nos comunicamos
com os companheiros d'aqui, d'alhures ou
d’além mar.
Desde que emigrei de Xique-Xique e vim estudar em Salvador, no limiar dos anos 70, jamais ouvi alguém, no território baiano, dizer Nilson... e aê meu rei?
Desde que emigrei de Xique-Xique e vim estudar em Salvador, no limiar dos anos 70, jamais ouvi alguém, no território baiano, dizer Nilson... e aê meu rei?
Talvez seja mesmo invencionice forçada da
Globo. Alguns de nós baianos sabemos que o baianês,
sem pimenta malagueta no pirão de
surubim, foi inventado por um famoso estilista paulistano, que residiu aqui em XiqueXique, na Rua 6 do BNH
Novo e que,
atualmente, se gaba por atuar
num atelier localizado no aprazível
bairro de Guaianases, em São Paulo, ao espalhar “o meu rei” com nuances
de “minha rainha”, foi tão somente para
vingar-se, por ciúmes, de um xiquexiquense,
tocador de berimbau e de axé, patrocinado pelos transeuntes da Praça da República e da Praça da Sé de São Paulo. Ouvi dizer que
esse paladino da arte popular, estaria de conluio com outro artista xiquexiquense, rouquenho cantor do escatológico pagode universitário e seus convizinhos, de
repertório controverso.
De qualquer modo, quando raramente mantenho
alguma conversação inteligente com turistas que, transitórios pela própria natureza, se assenhoram
desta terra bem afortunada pelos Orixás, pela Mãe D’Água ou pelo Nêgo D’Água,
pondero, no diálogo, que aqui na Bahia o nosso sotaque é o mais puro e o mais discreto charme que desponta desde o Reino Unido do
Brasil, Portugal e Algarves!
Nilson Machado de Azevedo
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