A ex-senadora Marina Silva afirmou em entrevista a um jornal de São Paulo deste domingo,
2, que não há provas materiais que sustentem um pedido de impeachment contra a
presidente Dilma Rousseff.
"Você não troca de presidente por discordar dele ou por não estar
satisfeito. Se há materialidade dos fatos, não há por que tergiversar. Se não
há, o caminho doloroso de respeito à democracia tem que prevalecer",
afirmou Marina. "Eu não seria leviana de dizer, sem provas, que ela
[Dilma] tem responsabilidade direta. Ela tem responsabilidades políticas e
administrativas. Esse não é o momento de ficar gesticulando, tagarelando",
acrescentou.
A ex-candidata a presidente pregou "responsabilidade" com a
democracia e disse que não vai "instrumentalizar a crise" para tentar
ampliar o desgaste da presidente. "Neste momento, é preciso ter muita
responsabilidade. Já tivemos perdas em relação às conquistas econômicas. Agora
estamos tendo perdas em relação às conquistas sociais, com inflação e
desemprego. Uma coisa que não podemos perder é a nossa confiança na democracia.
Não podemos, em hipótese alguma, colocar em xeque o investimento que fizemos na
democracia", afirmou.
Sobre as manifestações contra o governo que estão marcadas para próximo
dia 16, Marina Silva disse que a sociedade tem todo o direito de se manifestar,
"porque foi enganada quando negaram os problemas e não fizeram o que era
preciso".
"Mas esse protesto não pode antecipar o que a Justiça ainda não
concluiu. Uma coisa é o que a sociedade pauta, outra é o que as lideranças
políticas têm que ponderar. A liderança política não tem apenas que repetir o
que se quer ouvir. Às vezes, ela tem que pagar um preço. Não podemos deixar de
considerar o valor da democracia, até pelos traumas que passamos",
afirmou.
Leia na íntegra
a entrevista de Marina Silva.
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