O
ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) reagiu ontem, quarta-feira (16),
à declaração da presidente Dilma Rousseff: "quem usar crise para
chegar ao poder é golpista".
Segundo FHC, as movimentações a favor do impeachment não são golpistas e
ganharam força porque o povo está sofrendo com a crise e se perguntando quando
ela vai acabar. "Quem sofre a crise não quer dar golpe, quer se livrar da
crise. Na medida em que o governo faz parte da crise, começam a perguntar se
vai durar. Mas não é golpe", afirmou o ancião do PSDB.
No entanto, o tucano afirmou que os brasileiros não aceitarão de
"bom grado" o processo de impeachment sem alguém que renove a
esperança no país. "Por enquanto não houve ninguém para assumir essa
liderança", disse ele, no lançamento de seu livro "A miséria da
política".
Durante a palestra, o ex-presidente ainda pediu que seu partido tenha
calma ao negociar alianças políticas no momento em que muitas figuras públicas
são investigadas. "Já disse ao PSDB: vai devagar porque não sei quem vai
estar de pé depois da Lava Jato. Temo que se faça aliança precipitada com gente
que vai ser expurgada", afirmou.
Por fim,
ele defendeu que o PSDB se modernize para dialogar melhor com os insatisfeitos.
"Falta-nos a linguagem adequada para nos engajarmos com o que está
acontecendo no país", disse o sociólogo conspirador.
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