O PMDB planeja
fazer coro ao pedido da oposição que quer a saída de Dilma Rousseff da
Presidência. De acordo com a coluna "Painel" da Folha de S. Paulo, os
peemedebistas pretendem romper com o governo até o congresso do partido,
agendado para 15 de novembro. A previsão deles é que a crise econômica estará
pior, sendo o momento oportuno para apoiar o impeachment ou renúncia da
petista.
O primeiro
secretário da Executiva Nacional do PMDB e presidente da legenda na Bahia,
Geddel Vieira Lima, nega que haja um prazo para o rompimento, mas confirma que
há "um processo em curso" para que isso aconteça. O partido deve
deixar o governo em breve.
"Cresce ainda
mais no partido quem pensa como eu, que chega de PT. Não tem mais como dar
sustentação. Mas não tem um prazo (para rompimento), não tem como marcar uma
data", afirma Geddel.
Mesmo sem
estabelecer o congresso como prazo, o peemedebista reconhece que o evento deve
ser um momento crucial para articulação deste movimento. "Acho que vai ter
uma explosão dos diretórios estaduais. As posições vão ficar mais claras",
avalia.
O presidente do PT
na Bahia, Everaldo Anunciação, não acredita em um rompimento total do PMDB com
o governo de Dilma. Ele explica que o "PMDB não é um partido que tenha
unidade interna" e lembra que desde as eleições já tinha uma ala da
legenda que foi contrária ao apoio ao PT. Mas o petista avalia que esse grupo
não aumentou.
"Parte já
entrou rompido, mas a ampla maioria (deve continuar com o governo). Há exemplo
do (vice-presidente Michel) Temer, Renan (Calheiros, presidente do Senado) e (o
ministro de Aviação Civil, Eliseu) Padilha", pondera Everaldo Anunciação.
Temer
Ainda segundo a
Folha de S. Paulo, a ideia dos peemedebistas seria convencer o PSDB a manter o
vice-presidente Michel Temer (PMDB) no comando de um governo de transição, no
caso da saída de Dilma. Ele seria o responsável por controlar a crise política
e econômica.
Geddel nega que o
partido tenha essa intenção: "Não há articulação, mas Temer é
vice-presidente, evidentemente que em caso de impedimento de Dilma, ele assume.
Mas esse não pode ser o objetivo, pode ser no máximo uma consequência do
desgoverno de Dilma".
Temer também negou
nesta quinta-feira, 3, que esteja articulando assumir o governo. "Muitas e
muitas vezes dizem assim: 'O Temer quer assumir o lugar da presidente'. Eu não
movo uma palha porque aí sim eu seria oportunista. Aí, eu violaria a minha história",
respondeu ao ser chamado de oportunista durante debate em São Paulo.
No entanto, o
vice-presidente cogitou que Dilma possa não resistir mais três anos e meio de
gestão com os atuais índices de popularidade. "Hoje, realmente o índice é
muito baixo. Ninguém vai resistir três anos e meio com esse índice baixo.
Muitas vezes, se a economia começar a melhorar, se a classe política colaborar,
o índice acaba voltando ao patamar razoável. O que nós precisamos não é torcer,
é trabalhar para que nós possamos estabilizar essas relações. Se continuar
assim, eu vou dizer a você, para continuar 7%, 8% de popularidade, de fato fica
difícil passar três anos e meio", afirmou.
De acordo com
pesquisa Datafolha, divulgado no dia 8 de agosto, 8% dos entrevistados
aprovavam o governo da petista e 71% reprovavam.
A TARDE
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