Moro, ao que
parece, se deixou tomar pela vaidade. Cercado por jovens procuradores não menos
ansiosos por holofotes, assiste, impassível, a uma guerra de egos
O juiz Sérgio Moro é um cara no
mínimo estranho. Quando o marqueteiro João Santana perguntou o que havia contra
si na Lava-Jato, Moro usou de ironia para responder: se ele quiser vir aqui
antecipar o que sabe sobre a Lava-Jato…. Santana se ofereceu para ir.Moro fez
silêncio. Santana viajou a trabalho para o exterior. Ato contínuo, o juiz
decreta sua prisão. Por que prender um cara que se dispôs a ir ao seu encontro
para prestar esclarecimentos antes mesmo de ser citado? Moro gosta do
estardalhaço.
O juiz federal
Sérgio Moro é chegado a uma pirotecnia
Foi assim que mandou prender mulher
que, em imagem do banco, aparecia em caixa eletrônico. Já era para estar
envergonhado e comedido. Mas não consegue: os holofotes ofuscam a autocrítica.
Ele hoje substituiu Joaquim Barbosa no fetiche moralista da direita. Mas o primeiro era mais
competente. Este, mais estranho.
Quando ganhou o prêmio Faz Diferença
oferecido pelo Globo muita gente torceu o nariz. Achou que ali o juiz
havia mordido a isca. Inflam egos dos incautos para transforma-los em
fantoches, disseram. Deve ter sido exagero. Faz Diferença não faz diferença
alguma para quem trabalha de acordo com o léxico profissional. Diferença faz
para quem não o faz, explora o estado e o erário. A este, a punição é o que se
espera.
Mas Moro, ao que parece, se deixou
tomar pela vaidade. Cercado por jovens procuradores não menos ansiosos por
holofotes, assiste, impassível, a uma guerra de egos que não se coaduna com a
função de representantes da sociedade. E foi assim que um deles acusou Lula de
ser dono de imóvel que não está em seu nome e depois convocá-lo a depor via
revista. Periga o procurador responder à Procuradoria-Geral da República.
Correio do Brasil
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