O líder do DEM na Câmara dos Deputados,
Pauderney Avelino (DEM-AM), foi condenado pelo Tribunal de Contas do Estado
(TCE) a devolver R$ 4,6 milhões aos cofres públicos do Amazonas e multado em R$
23 mil.
A acusação é de que Pauderney, no
período em que era secretário da Educação de Manaus, teria superfaturado
contratos de imóveis alugados pela prefeitura para a instalação de escolas. A
decisão foi divulgada na última quarta-feira, 16, e está suspensa até hoje
devido a apresentação de embargos pela defesa do parlamentar. Um dos principais
líderes da oposição na Câmara, Pauderney disse que foi pego de “surpresa” com a
determinação, que classificou como “esdrúxula”.
Ele também culpabilizou o PT, afirmando
que a condenação é consequência de um “ataque” da legenda contra ele. A
denúncia, apresentada pela conselheira Yara Lins e acatada pelos membros do
TCE-AM, tem como base uma representação de 2013 do vereador Bibiano Simões e do
deputado estadual José Ricardo Wendling, ambos integrantes do Partido dos
Trabalhadores. Bibiano negou haver viés partidário na acusação, enfatizando que
o pedido de investigação contemplou também a gestão anterior – o ex-secretário
da Educação Mauro Lippi foi condenado no mesmo processo.
“Na época, Pauderney não era líder da
oposição, era apenas secretário, portanto não existe lógica nessa teoria”,
comentou. “Essa veste da moral que o Pauderney vestiu tem que ser despida. Como
ele pode fazer esse discurso quando comprovadamente praticou um crime? A
oposição deveria escolher alguém com moral para fazer questionamentos ao
governo.” Pauderney afirmou que a condenação não “enfraquecerá” a sua posição
na Câmara.
“Quem não deve não teme, pode vasculhar
minha vida toda, eu não fui parte nesse processo”, disse o deputado, que
considera que a responsabilidade do caso é da prefeitura. “Podem fazer o que
quiserem, minha luta é pelo processo político, pelo impeachment da presidente
(Dilma Rousseff)”, completou. Na noite desta terça-feira, 22, o parlamentar foi
ao plenário para se defender e voltou a criticar Dilma e o ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva por suspeitas de corrupção.
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