O presidente interino Michel Temer pretende levar ao pé da letra o lema
do governo de privatizar "tudo o que for possível". Para fazer caixa
e incrementar o ajuste fiscal, a equipe de Temer trabalha com uma lista na qual
se destacam, entre outros, a abertura de capital dos Correios e da Casa da
Moeda e a venda de fatias do governo federal em até 230 empresas do setor
elétrico.
Também fazem parte do rol de ativos a Infraero, as companhias Docas, a
Caixa Seguros e o IRB Brasil. Estes dois últimos tiveram a ofertas públicas de
ações suspensas, devido à piora nas condições do mercado.
No caso dos Correios, será necessária a aprovação do Congresso. O
primeiro passo é reestruturar o plano de negócios da empresa, que teve prejuízo
de R$ 2,1 bilhões em 2015. Uma das ideias é dividir as áreas em unidades, como
logística e encomendas, por exemplo, que poderão ser transferidas integralmente
ao setor privado.
"A situação financeira dos Correios está muito complicada, mas a
empresa tem bons ativos e poderá vir a ser valiosa. Primeiro, vamos ter que
reestruturar o modelo de negócios", disse um técnico da equipe econômica
ao jornal O Globo.
No caso do
setor elétrico, o êxito dos leilões da hidrelétricas antigas em dezembro, que
geraram R$ 17 bilhões para os cofres do governo apesar da situação adversa de
um mercado dominado pela incerteza política, serve de estímulo ao plano,
segundo interlocutores. Neste caso, a ideia é se desfazer de ativos, como
linhas de transmissão já prontas e com contratos assinados.
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