Um grupo de 1.400 integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem
Terra (MST) ocupou na madrugada desta segunda-feira (13) a fábrica da Suzano
Papel e Celulose no município de Mucuri, extremo sul da Bahia. O movimento
informou que as atividades da indústria, uma das maiores de celulose do País,
foram interrompidas por tempo indeterminado, informa o MST.
Além de defender a reforma agrária, a manifestação critica a extinção do
Ministério do Desenvolvimento Agrário e tem como alvo o governo do presidente
interino Michel Temer (PMDB), chamado de "ilegítimo e golpista".
"Não aceitamos as ações deste governo ilegítimo e golpista que se
configuram num ataque às conquistas sociais da classe trabalhadora", disse
Paulo César de Souza, membro da direção nacional do MST à Folha de S. Paulo.
A manifestação faz parte da Jornada Nacional de Lutas do MST. Na Bahia,
também estão ocupadas as oito sedes regionais do Incra (Instituto Nacional de
Colonização e Reforma Agrária) e três da Codevasf (Companhia de Desenvolvimento
dos Vales do São Francisco e Parnaíba).
A ocupação da Suzano acontece semanas depois de a empresa assinar com o
governo da Bahia um protocolo de intenções para ampliação da fábrica, num
investimento de R$ 700 milhões.
O projeto inclui a ampliação e modernização de setores já existentes e a
implantação de uma nova linha de produção para papel tipo tissue, usado na
produção do papel higiênico.
Souza, do
MST, afirmou que a ampliação da fábrica vai agravar os impactos ambientais e
sociais da cultura do eucalipto na região. "Será um ataque ao meio ambiente".
Bahia 247
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