O Dr. Olavo Zampol Júnior, juiz de São Paulo, tem um estranho senso de Justiça.
Para ele, um repórter fotográfico que procura desempenhar sua profissão cobrindo a repressão policial em uma manifestação coloca-se numa posição de risco e, se a Polícia o atinge seriamente, a culpa é do profissional.
O fotógrafo foi à manifestação em face do seu trabalho profissional. Assim é que no dia 13 de junho, muita gente sabia – e outras tantas desconfiavam – que a Polícia Militar de São Paulo agiria com a dureza prometida na véspera pelo governador paulista, Geraldo Alckmin (PSDB). Sérgio Andrade da Silva, 33 anos, não.
“Saí de casa para cobrir um protesto pacífico”, revela.
O fotógrafo foi à manifestação em face do seu trabalho profissional. Assim é que no dia 13 de junho, muita gente sabia – e outras tantas desconfiavam – que a Polícia Militar de São Paulo agiria com a dureza prometida na véspera pelo governador paulista, Geraldo Alckmin (PSDB). Sérgio Andrade da Silva, 33 anos, não.
“Saí de casa para cobrir um protesto pacífico”, revela.
Foi com essa justificativa que ele negou indenização do Estado de São Paulo ao fotógrafo Sérgio Silva, que perdeu um olho ao ser atingido por uma bala de borracha numa manifestação na capital paulista.
Na ocasião, o Comandante da PM disse que o pessoal de imprensa “sabia dos riscos” e fez uma esdrúxula comparação com o caso do grande José Hamilton Ribeiro que perdeu uma perna numa mina na Guerra do Vietnã.
É estarrecedor que um comandante policial compare uma manifestação – por mais tumultuada que seja – com uma guerra, onde a letalidade é o objetivo dos disparos.
Não foi apenas “uma bala perdida”, de borracha que seja, mas um alvejamento de jornalistas, tanto que nada menos que 15 profissionais foram feridos, entre eles a repórter da Folha Giuliana Vallone, também atingida perto do olho direito por uma bala de borracha.
Ela afirma que não houve “fogo cruzado”, mas um policial apontou e disparou contra ela.
O Dr. Zampol, com toda a sua erudição, talvez não se dê conta de que vai inspirar o Estado a encobrir policiais violentos e imprudentes com sua decisão de que isso, afinal, “não dá em nada”.
Nosso civilizado Estado Policial-Judicial vive a lei do “taca-lhe pau”…
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