Movimentos sociais, estudantes, torcedores, manifestantes contra o golpe de Estado e toda sorte de desmandos, em curso no país, promoveram uma série de atos públicos, em pontos diferentes do Rio de Janeiro, para protestar contra a ruptura democrática promovida sob a liderança do presidente de facto, Michel Temer.
Os organizadores da mobilização,
entre eles a CUT, o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), os movimentos
sindicais ligados à Frente Povo Sem Medo, à Frente Brasil Popular (FBP) e à
Frente de Esquerda Socialista, buscam a maior repercussão internacional
possível, para denunciar o golpe midiático-parlamentar, em curso no país.
— A questão da denúncia do golpe tomou
uma proporção mundial. Nós tivemos esta semana, inclusive, a discussão da
representação do ex-presidente Lula (contra o juiz Sérgio Moro no Comitê de
Direitos Humanos da ONU), nós achamos que esse debate tem de ser feito nos
tribunais internacionais, não só na América Latina, mas no mundo todo, que não
pode conviver com esse golpe de estado — afirmou Rodrigues.
As manifestações ocorreram pela
manhã, na praia de Copacabana e, à tarde, nos arredores do estádio do Maracanã,
palco da cerimônia de abertura das Olimpíadas. A FBP também chamou os
manifestantes de outras cidades, em todo o país, para ocupar as ruas na próxima
terça-feira, quando o Plenário do Senado votará a pronúncia do pedido de
cassação da presidenta Dilma Rousseff, no processo de impedimento.
“Está em jogo o presente e o futuro
do povo brasileiro. Agora é a hora: não temos tempo a perder e não temos nada a
temer”, diz a Frente Brasil Popular, em nota distribuída nesta sexta-feira.
Protestos em série
A mobilização popular tem sido
mapeada pelas forças de segurança dos Jogos Olímpicos do Rio, que identificaram
o planejamento de pelo menos sete atos contra o governo do presidente de facto,
Michel Temer, na abertura da Olimpíada. Os agentes federais monitoram as
redes sociais e calculam que há cerca de 15 mil pessoas envolvidas nos
protestos, que já ocupam parte dos locais públicos do Rio, onde há movimentação
de público. Às 11h, movimentos sociais foram à praia de Copacabana em
manifestação da Frente Povo Sem Medo e Frente Brasil Popular.
— O protesto tem como objetivo
denunciar o governo ilegítimo do País, o risco aos direitos sociais com as
propostas levadas a cabo pelo governo Temer e a calamidade olímpica — afirmou
Guilherme Boulos, líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST).
À tarde, a Frente Independente
Popular planeja paralisar o transito na Praça Saens Peña ao entorno Maracanã.
Outra convocação, do grupo Brasil Sem Corrupção estruturou o “maior escracho da
história”, durante a abertura dos Jogos Olímpicos. O plano era gritar “fora,
Temer” em três momentos: após o Hino Nacional, durante e após o pronunciamento
do presidente interino e depois da participação da cantora Elza Soares.
Além do estrago promovido
junto à opinião pública internacional, o governo golpista temia que os manifestantes
promovessem bloqueios no trajeto das autoridades até o Estádio. Para evitar
interrupções, a segurança ostensiva foi redobrada na Avenida Presidente Vargas,
trajeto do comboio que sairá do Palácio do Itamaraty, no Centro do Rio.
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