O ex-presidente da Câmara dos Deputados,
Eduardo Cunha, teve seu mandato cassado, nesta segunda-feira pela plenário da
Casa. Foram 450 votos favoráveis à cassação, contra 10 contrários e nove
abstenções. Ele também perde os direitos políticos por oito anos.
O deputado afastado Eduardo Cunha é acusado de
ter mentido em depoimento espontâneo à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI)
da Petrobras, em maio de 2015, quando disse não possuir contas no exterior.
Cunha nega que tenha mentido à CPI, argumentando que as contas estão no nome de
um trust familiar contratado por ele para administrar seus recursos no
exterior.
Ele também frisou que o procedimento é uma
vingança por ter aceitado o processo de impeachment contra Dilma Rousseff.
Durante o discurso, ele acusou várias vezes o Partido dos Trabalhadores (PT) de
ser o responsável pela corrupção do Brasil. "Petrolão foi um esquema
criminosos criado pelo PT. Este criminoso governo de vocês foi embora, graças a
mim", disse Cunha, que ainda mencionou a ex-presidente Dilma Rousseff.
"A presidente mente em seus depoimentos, como mentiu aqui".
Sobre o processo que responde na Casa, Cunha
pediu que mostrassem o número da conta que o acusam de ter na Suíça e que
dinheiro é de um trust. "Quero saber cadê a conta? Qual é o número da
conta!? Eu não menti, cadê a prova? Eu estava numa CPI e não estava sob
juramento. Não preciso criar prova contra mim".
O relator do processo de cassação, Marcos
Rogério (DEM-RO), rebateu argumentos da defesa e de aliados de Cunha, segundo
os quais o fato de ele ter mentido sobre a existência de contas no exterior, em
depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras, é um crime
de menor gravidade e não deveria ser punido com cassação. "É preciso
deixar claro para o plenário que a omissão intencional viola o decoro e ela
também teve outro objetivo que era esconder práticas que ainda eram muito mais
graves", disse.
Aliados de Cunha tentaram até o fim uma última
manobra. O deputado Carlso Marin (PDB-RS) apresentou uma questão de ordem para
que fosse votado um projeto de resolução no lugar do parecer do Conselho de
Ética, o que poderia resultar numa pena mais branda, como a suspensão de
mandato. A iniciativa foi indeferida por Maia. Segundo o presidente da Câmara,
os deputados iriam votar, como fizeram, o parecer do Conselho de Ética, pois o
projeto de resolução “não é objeto de deliberação do plenário, assim não é
possível receber emendas, fazer destaque em matérias constantes dos autos”,
disse.
Marun ainda tentou recorrer da decisão e pedir
a suspensão da sessão, mas o pedido não recebeu apoio do plenário. Diante do
resultado Maia deu seguimento à sessão com as falas dos deputados inscritos.
Depois que quatro parlamentares se manifestarem, dois a favor e dois contra, os
deputados aprovaram um requerimento pelo encerramento da discussão. Durante
todo o processo de votação, Cunha permaneceu em frente à Mesa, conversando com
deputados.
0 comentários:
Postar um comentário
Os comentários serão de responsabilidade dos autores. podendo responder peço conteúdo postado!