A aprovação em primeiro turno pela Câmara Federal da PEC 241, que
congela os investimentos do governo em saúde, educação e várias outras áreas
pelas próximas duas décadas, promete ser combatida nas ruas; várias
manifestações estão sendo organizadas pelas redes sociais em todo o País, como
uma tentativa de pressionar os deputados a rever os votos no segundo turno da
votação; mais de 20 atos contra a PEC foram marcados, militantes das cidades de
São Paulo, Santos e Rio de Janeiro já marcaram manifestações para esta
terça-feira, 11; chamada de PEC do Fim do Mundo, a medida vai provocar perdas
de R$ 743 bilhões ao SUS, segundo estudo do Ipea; se a proposta do governo
Michel Temer tivesse entrado em vigor em 1998, o salário mínimo hoje seria de
R$ 400, menos da metade do valor atual.
Um dos apoiadores da PEC, o deputado Nelson Marchezelli (PTB-SP), chegou a dizer que "quem não tem dinheiro, não deve estudar".
Um dos apoiadores da PEC, o deputado Nelson Marchezelli (PTB-SP), chegou a dizer que "quem não tem dinheiro, não deve estudar".
A desgraça Temer quer a aprovação em primeiro turno pela Câmara Federal
da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 241, que congela os investimentos do
governo em saúde, educação e várias outras áreas pelas próximas duas décadas,
nesta segunda-feira, 10, promete ser combatida nas ruas.
Várias manifestações já estão sendo organizadas pelas redes sociais em
todo o País, como uma tentativa de pressionar os deputados a rever os
votos no segundo turno da votação. Mais de 20 atos contra a PEC foram marcados,
militantes das cidades de São Paulo, Santos e Rio de Janeiro já marcaram
manifestações para esta terça-feira (11).
A votação terminou com 366 votos favoráveis, 111 contrários e 2
abstenções. A PEC 241 congela as despesas do Governo Federal pelas próximas
duas décadas e isso também inclui os gastos com saúde, educação e o reajuste do
salário mínimo que passam a ser alterados apenas pelo índice de inflação.
Ao contrário do que dizem os
governistas, que não faltarão recursos para áreas essenciais como a Saúde, a
PEC 241 deve prejudicar principalmente quem depende dos serviços públicos.
Segundo levantamento divulgado pelo Ipea, o Sistema Único de Saúde pode perder
recursos que chegam a R$ 743 bilhões nos próximos 20 anos com o congelamento
das despesas (leia mais).
O salário mínimo também será afetado
pela medida. Segundo o economista Bráulio Borges, pesquisador do Departamento
de Economia Aplicada do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio
Vargas (Ibre/FGV), se as novas regras da PEC do Teto dos Gastos tivessem
entrado em vigor há 20 anos, o salário mínimo em vigor no País estaria em
apenas R$ 400,00, em vez dos R$ 880,00 estipulados atualmente.
O pesquisador fez uma simulação aplicando as regras da PEC ao orçamento de 1998, quando começa a série histórica dos gastos do governo central, mantida pelo Tesouro Nacional. À época, os gastos equivaliam a 14% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. Em 2015, já alcançaram 19,5% do PIB. Caso os critérios da PEC tivessem sido adotados, esse porcentual teria sido reduzido para 7% do PIB no último ano.
O pesquisador fez uma simulação aplicando as regras da PEC ao orçamento de 1998, quando começa a série histórica dos gastos do governo central, mantida pelo Tesouro Nacional. À época, os gastos equivaliam a 14% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. Em 2015, já alcançaram 19,5% do PIB. Caso os critérios da PEC tivessem sido adotados, esse porcentual teria sido reduzido para 7% do PIB no último ano.
Entre os alvos dos manifestantes
contrários à aprovação da PEC 241 está o deputado Nelson Marquezelli (PTB-SP).
Ao ser questionado por estudantes sobre a redução dos investimentos na Educação
provocada pela PEC, Marquezelli tentou justificar o seu voto favorável,
dizendo que "quem não tem dinheiro não estuda".
"Nós
vamos deixar (o investimento) no ensino fundamental. E quem pode pagar
(universidade), tem que pagar. Meus filhos vão pagar", argumentou (leia mais). O deputado é um citados no escândalo do
desvio de dinheiro da merenda em São Paulo, investigado na operação Alba
Branca.
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