"Lula é exagerado. Depois do fabuloso triplex do Guarujá, o homem 'ganhou' um estádio de futebol, o 'Itaquerão', de presente do generoso Emilio Odebrecht, que recebeu mais de R$ 1 bilhão pela a obra.
Trata-se da piada do domingo, publicada pela Folha, que, infelizmente, não saiu na coluna do Sensacionalista", diz o jornalista Clayton Netz; ele lembra que o Itaquerão contou com incentivos de Geraldo Alckmin e Gilberto Kassab, deixando uma dívida de R$ 900 milhões para o Corinthians;
"Presente do generoso Emilio ao corintiano Lula? Só se for presente de grego", diz Clayton, pontuando que o caso só se compara, em matéria de absurdo, à falsa doação eleitoral de R$ 75 milhões feita por uma beneficiária do Bolsa-Família
As propriedades atribuídas a Lula uma hora avançariam mesmo para além dos pedalinhos, dada a selvageria inescrupulosa com que a mídia o persegue.
Mas o Itaquerão?
Aí já estamos no terreno do delírio, e
não jornalístico. O episódio lembra o da Friboi, que diziam ser de Lulinha. Uma
hora a coisa virou piada, e as redes sociais começaram a dizer que Lulinha era
dono da Casa Branca, da Torre Eiffel e coisas do gênero.
O “furo” — aspas — veio da Folha. E
claro: na manchete. Contra Lula é sempre assim: manchete. A frase, segundo o
jornal, é do patriarca da Odebrecht, Emílio.
Os demais jornais e revistas não vão
investigar o assunto. Vão repercutir brutalmente o que a Folha disse. É sempre
assim. O que importa não é a verdade: é exterminar Lula.
Ninguém mais tem o direito de se julgar
surpreso com os procedimentos da grande mídia. Mesmo assim, impressiona a
leviandade com que um jornal grande ao menos no tamanho publica uma manchete
daquelas.
Você vai ler o texto e logo descobre
algo bem menos bombástico. Odebrecht disse que teria sido uma espécie de
presente, numa suposta retribuição ao bom relacionamento que Lula tivera
com a construtora em seus anos de governo.
São coisas inteiramente diferentes:
presente é presente. Você recebe de graça. Espécie de presente é espécie de
presente — algo muito mais subjetivo. É algo que frequentemente está muito mais
na cabeça de quem alegadamente deu “uma espécie de presente” do que na de quem
recebeu.
Mas a Folha, malevolamente, misturou
tudo e puxou pelo mais danoso para Lula. É o mais puro jornalismo de guerra.
Também doi ver como este
pseudojornalismo — banido há muitos das sociedades avançadas — ainda é
praticado com inteira liberdade de ação pela mídia plutocrata no Brasil.
Provas para uma acusação de tamanha
envergura? Quem se importa? Quem cobra? Lula — como qualquer cidadão brasileiro
— está praticamente indefeso diante de uma violência de tal magnitude.
As grandes empresas jornalísticas
insistem em rebaixar o país ao nível de república das bananas.
Estamos vendo mais um exemplo disso
agora
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