Para os amigos, tudo, diz o ditado. Ele se encaixa à perfeição à
juíza-carcereira de Lula na prisão em Curitiba, Carolina Lebbos. Ela, que negou
a visita a Lula na sede da PF em Curitiba ao prêmio Nobel da Paz, Adolfo Pérez
Esquivel, ao frei Leonardo Boff, e a políticos e amigos, alegando "o rigor
da lei", franqueou a entrada da revista Veja numa reportagem que tem o
único intuito de denegrir a imagem do presidente, como se ele fosse detentor de
"regalias".
A reportagem tem só este objetivo:
atacar o ex-presidente, insinuando que ele teria privilégios e alimentando a
campanha de ódio da qual a revista tem sido ao longo dos anos uma das
principais protagonistas.
A
juíza Lebbos negou o direito de visita ao médico de Lula. Para a revista Veja,
no entanto, tudo é permitido.
Com
uma tiragem cada vez menor, a revista, que nos últimos anos tornou-se uma
publicação que abandonou o jornalismo para tornar-se numa espécie de
panfleto semanal contra os governos petistas e foi protagonista no processo do
golpe de Estado contra a ex-presidenta Dilma Roussef.
A
revista foi regiamente recompensada pelo governo Temer. No primeiro ano do
governo, a contar do afastamento de Dilma em maio de 2016, Veja viu sua receita
publicitária com o governo federal crescer nada menos que 490%, superando todos os
"jornalões" e revistas, incluindo Folha, Globo e Estadão. Foram
mais de R$ 3 milhões para os cofres dos Civita, por decisão da Secretaria de
Comunicação Social (Secom) da Presidiência.
Todo
o dinheiro não tem sido suficiente, no entanto, para tirar o grupo Abril da
crise. Em janeiro deste ano, o grupo demitiu mais de 150 funcionários, na
enésima onda de demissões, que inclui fechamento de títulos, mudança da icônica
e suntuosa sede da revista na Marginal do Rio Pinheiros, numa agonia de anos, em sucessivas renegociações de dívidas
com os bancos, sem sucesso.
Em
julho de 2017, saiu a público relatório da auditoria PricewaterhouseCoopers (PwC) sobre
o balanço de 2016 da empresa, anotando dívidas de quase R$ 400 milhões e
indicando o risco de quebra da Abril.
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