Os militares deixaram Temer a ver navios. O governo apostou que a
mobilização dos militares a partir da última sexta-feira intimidaria os
caminhoneiros e colocaria um ponto final na greve. Foi um fiasco. Os militares
recusaram o confronto. O general Eduardo Villas Boas, comandante do Exército,
anunciou no domingo por sua conta no twitter que a orientação aos militares era
para negociar, e não reprimir. O general Braga Netto, interventor do Rio,
transmitiu a orientação a seus comandados, para que não usassem de força contra
os caminhoneiros.
A opção pela violência de Temer
esteve sustentada por uma mentira em parceria com a Globo. Segundo esta versão,
que foi posta no ar pela jornalista Miriam Leitão no começo da última semana,
quando eclodiu o movimento, a greve dos caminhoneiros seria um locaute
(paralisação de atividades promovida por empresários). Um grupo de empresários
gananciosos estaria parando o país, segundo a versão Globo-Temer que teve como
um dos principais porta-vozes o ministro da Segurança, Raul Jungmann (aqui). A versão é mentirosa
e foi se desmontando ao longo da semana passada e especialmente neste fim de
semana.
Desmoralizado,
Temer fez um pronunciamento constrangedor e patético na noite de domingo.
Foi com a admissão pública da capitulação do chefe do Executivo (aqui) num discurso de o tom
aparentemente impositivo, ridículo para cenas de rendição, como que estivesse
batendo em retirada de costas, para não levar projéteis no traseiro, observou o
jornalista Luis Nassif, que pontuou:
"Todo esse conjunto ajuda a compor a mais a mais execrável personalidade
política da história da República".
"Assina
logo um acordo com validade imediata e encerra essa greve", teria dito um
dos conselheiros de Temer para o presidente golpista. Isolado, sem voz de comando,
Temer correu no domingo para tentar um acordo que pusesse fim à greve. O início
da segunda-feira indica que mais uma vez foi um fiasco. A greve continua e o
país está parado.
Enquanto
isso, outras categorias como petroleiros, donos de vans escolares e motoboys
iniciam mobilizações contra o governo temerário.
brasil247
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