Registra-se nos meios políticos a forte aproximação entre o deputado federal Walter Pinheiro (PT) e o estadual Roberto Muniz (PP). A indicação de Muniz para suplente de Pinheiro na disputa pelo Senado, muito mais do que fruto de um acordo interpartidário, foi uma exigência do próprio candidato titular, e é certo que nisso várias linhas de desdobramento estão previstas.
Muniz já houvera caído nas graças de Wagner com seu desempenho de um ano e meio na Secretaria da Agricultura, uma área com problemas, na qual a gestão não conseguia decolar. Quando Pinheiro assumiu a Secretaria do Planejamento, tratou de estimular todos os setores do governo, e sentiu grande firmeza na Agricultura, fortalecendo o relacionamento com o secretário.
A partir da tabelinha da dupla, a perspectiva é que uma forte aliança entre PT e PP seja feita já para a eleição de prefeito de Salvador, em 2012. Mas o foco principal seria 2014, com Pinheiro candidato à sucessão de Wagner. Em caso de êxito, o PP baiano alcançaria sua meta de ter um senador, o que se frustrou com o deslocamento de Otto Alencar para vice na chapa majoritária.
Aliás, o destino de Muniz esteve muito incerto nos últimos meses. Inicialmente candidato à reeleição à Assembleia Legislativa, passou a ouvir o governador Jaques Wagner manifestar publicamente interesse em sua permanência como secretário.
Na terceira vez, como sempre numa solenidade, o governador chegou a dizer: "Esta é a última vez que vou falar isso para não pensarem que eu não quero que você seja candidato".
Muniz não ficou no cargo, ao qual provavelmente voltará se Wagner for reeleito, mas arranjou um caminho que poderá projetá-lo melhor para o futuro
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