Confeccionada em metal e fibra de vidro, cada hélice mede 47 metros de
cumprimento e pesa 6,5 toneladas. O transporte do CIA até o interior
está sendo realizado com escolta da Polícia Rodoviária Federal
Cinquenta pás (hélices) que vão compor os aerogeradores do primeiro
parque eólico da Bahia já estão em Brotas de Macaúbas. Ao todo, serão
171 pás que farão parte das três usinas para aproveitamento da energia
do vento, que estão em fase de construção no município baiano.
Os equipamentos chegaram ao Terminal de Contêiner (Tecon), no fim do
ano passado, e em janeiro último começaram a ser levados para o
município localizado no Território de Identidade Velho Chico. Na manhã
de ontem, outras duas hélices foram levadas para Brotas de Macaúbas,
onde serão montadas. Seis, no máximo, são transportadas por dia.
Em cumprimento à Resolução 11/2004, do Departamento Nacional de
Infraestrutura de Transportes (Dnit), as carretas foram escoltadas por
batedores credenciados (particulares) e pela Polícia Rodoviária Federal
(PRF) do Centro Industrial de Aratu (CIA) até o destino.
O controle rigoroso no transporte se deve ao fato de a carga ser
especial. Confeccionada em metal e fibra de vidro, cada hélice possui 47
metros de cumprimento e pesa 6,5 toneladas – a ponta do equipamento
ultrapassa a extensão da carreta em oito metros. Cinquenta e sete
nacellis (motores) também estão a caminho de Brotas de Macaúbas, mas por
serem bem menores, os batedores foram dispensados.
Segundo o inspetor da PRF Amaro Martins todo o trajeto tem mais de 500
quilômetros. "Partimos do Viaduto do CIA pela BR-324, passamos pelo Anel
de Contorno de Feira de Santana, seguindo em direção ao sudoeste da
Bahia, até o Paraguaçu. De lá, nosdeslocamos para a BR-242, em direção
ao oeste baiano, até o destino final."
Ele informou que há uma preocupação com os veículos de pequeno e grande
porte, sobretudo os menores. "Em alguns pontos, é necessário criarmos
obstáculos para permitir que os veículos escoltados passem com segurança
e não causem transtorno aos demais condutores na via."
Velocidade – A velocidade das carretas na estrada
varia entre 50 e 60 quilômetros por hora. Por causa das paradas, o
comboio pode levar mais de dez horas entre Salvador e Brotas de
Macaúbas.
Thiago Maciel, 27 anos, é um dos motoristas da transportadora
contratada pela Desenvix, uma das empresas vencedoras do leilão
realizado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), em dezembro
de 2009, para executar os projetos de energia eólica em Brotas de
Macaúbas.
Além da inspeção minuciosa nos caminhões, ele disse que fez treinamento
para se tornar apto a conduzir a carga. "Passamos por uma capacitação
com instruções que vão desde a velocidade até como fazer manobras para
evitar colisões."
Impacto positivo na economia da região
O impacto na economia da região onde o parque eólico está sendo
implantado já pode ser sentido. Quatrocentos trabalhadores já estão no
canteiro de obras. Conforme o diretor de implantação da Desenvix, Paulo
Zuch, cerca de R$ 400 milhões serão viabilizados para a construção do
complexo.
"Recebemos apoio institucional do Estado, por meio das secretarias da
Indústria e Comércio, do Meio Ambiente e da Casa Civil na agilização dos
licenciamentos de modo que pudéssemos cumprir as formalidades para
execução do projeto", disse. Paulo Zuch referiu-se também aos incentivos
fiscais aprovados pelo Conselho Nacional de Política Fazendária
(Confaz).
Em junho, o primeiro parque (Novo Horizonte), com capacidade para
produzir 30 meagawatt, deverá entrar em operação. Quando estiver em
pleno funcionamento, previsto para o segundo semestre, o complexo de
Brotas de Macaúbas - que inclui os parques Macaúbas e Seabra - será
responsável pela produção de 90 Mega Watts de energia limpa.
Esse processo de geração de energia, além de oferecer baixo impacto
ambiental, não libera carbono na atmosfera e dispensa desapropriação de
terras.
Seagri
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