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Comunidade rural apoiada pela Sedir/CAR implanta Cozinha Comunitária em Souto Soares

4/01/2011

Da casa de farinha e da roça à cozinha comunitária: uma receita de sucesso que vem resgatando a cidadania da comunidade de Pocinho, no interior da Bahia

A arte de transformar a mandioca em apetitosas iguarias como “pipoquinha - avoador”, bulachinha, bolo de aimpim e beiju se tornou receita de sucesso para um grupo de 52 pessoas – 44 mulheres e 8 homens – da Associação Comunitária de Pocinho, no município de Souto Soares, a 477 quilômetros de Salvador, na microrregião de Irecê - BA.

Das mãos bravas do pequeno agricultor que planta, areia a terra, colhe e labuta todo dia, debaixo do sol quente, vão surgindo, aos poucos, a massa que mistura ovo, farinha, açúcar, óleo e cenoura. Tudo primorosamente preparado para agradar a vários gostos, garantindo freguesia. Esse movimento sem fim - o entrar e sair de panela – já virou rotina na vida de trabalhadores rurais da comunidade de Pocinho.

Quem explica como tudo começou é a presidente da Associação Comunitária local e coordenadora da Cozinha Comunitária, Eva Rosa de Souza, 30. “No início, por seis meses, trabalhamos dentro de uma casa alugada. Primeiro, participamos de reuniões para entender o projeto. Reunimos a comunidade, falamos do projeto e depois que foi aprovado, começamos a trabalhar em cima dele”, disse.

Ela lembra que antes todos trabalhavam com roça cultivando mandioca, mamona, milho e feijão. O primeiro passo para a comunidade passar a desenvolver uma atividade foi dado com a casa de farinha, projeto financiado pela Secretaria de Desenvolvimento e Integração Regional (Sedir) e executado pela Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR).

A associação existe há 27 anos, mas há um ano despertou para uma nova realidade . “A CAR iniciou todo esse processo com a casa de farinha. Hoje, desenvolvemos o projeto da Cozinha Comunitária através do produto da tapioca, que veio da casa de farinha”, informou a presidente. 

Joelita Maria Lopes, 45, também moradora de Pocinho, disse que começou a trabalhar pela primeira vez desde que foi construída a casa de farinha. “Minha família toda trabalha aqui. O trabalho vale à pena porque dá renda para gente. Aqui, colho, lavo, ralo, tiro tapioca, coloco com uma prensa. Depois, seco, passo no ralador de novo, depois boto para torrar”, disse.

Quando não tinha essa casa de farinha, conta, a gente ia para casa de farinha dos outros, do tio, uma antiga, que era da minha avó. Com essa casa de farinha melhorou em tudo, porque a vida era mais difícil. Depois que começou a fazer essa casa de farinha, a gente aumentou mais a roça, plantou mais mandioca e facilitou mais para gente”.

A presidente da associação contou que os associados  participaram de reuniões e tiveram a ajuda do SEBRAE, que promoveu a capacitação. A união do projeto da casa de farinha com a qualificação, segundo ela, permitiram bons resultados.

“Tudo que a gente tinha, que era a casa de farinha, ganhou mais força com a capacitação. Aprendemos a fazer o bolo, a bulachinha, pipoquinha, o beiju. Fazíamos em um forno grandão de casa de farinha, não sabíamos fazer na chapa e na panelinha como hoje, fazemos. Aprendemos a fazer mais organizado, antes não havia organização”.

Aumento de Renda
Os associados contam que a  implantação da casa de farinha foi decisiva para que muita gente começasse a sentir a necessidade de participar dos cursos, que resultaram no projeto.

Para Eva Souza, a renda de todos que trabalham na Cozinha Comunitária melhorou 100%. “Temos orgulho porque a gente tinha vontade de comprar umas coisas e não tinha condições de comprar e, agora, temos como comprar, porque sabemos que vamos ganhar, do fruto do nosso trabalho aqui”.

Segundo a coordenadora da Cozinha Comunitária de Pocinho, a casa de farinha hoje está bem e a maioria das coisas que fazem usam tapioca. “A renda é de R$ 2.950 por semana e é dada pela escola. A média varia entre R$ 850 e R$ 950 por dia, dependendo da instituição.

CAR

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