Canção de Carlinhos Brown e Sergio Mendes não leva o
Oscar
Músicos foram indicados na categoria canção original por 'Real in
Rio'.
"Não foi dessa vez, mas valeu. Estou feliz de estar aqui", declarou
Brown
As chances eram boas, já que 'Real in Rio', música
que Sergio Mendes e Carlinhos Brown fizeram para a animação "Rio" tinha apenas
mais um concorrente na categoria de melhor canção original. Mas o prêmio foi
para "Man or muppet", tema de "Os muppets", e a participação brasileira na lista
de vencedores não foi inaugurada. "Não foi dessa vez, mas valeu. Estou feliz de
estar aqui", declarou Carlinhos Brown após o resultado.
Composta por
Sergio Mendes, Carlinhos Brown, John Powell, Mikael Mutti e Siedah Garrett, a
música é interpretada por Jesse Eisenberg, Jamie Foxx, Anne Hathaway, George
Lopez e Will.i.am, músicos e atores que emprestaram suas vozes para os
personagens. Ouça a canção
"Real in Rio" na GloboRadio.
Antes de Sergio Mendes e Carlinhos Brown
surgirem agora como representantes do Brasil no Oscar, a nossa mais recente
aparição na cerimônia tinha se dado na edição do ano passado: “Lixo
extraordinário” (2009) concorreu na categoria melhor documentário.
Mas o componente nacional do longa – que tinha como tema o artista plástico
brasileiro Vik Muniz e foi em parte rodado num lixão do Rio de Janeiro, além de
trazer verba captada no país – não foi integralmente celebrado. Quando anunciou
a indicação, a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood listou
somente a diretora Lucy Walker e o produtor Angus Aynsley, ambos britânicos.
Deixou de incluir o nome de João Jardim, brasileiro que codirigiu a obra.
Tal ocorrência causou alguma polêmica: ainda que levasse o prêmio, o que não
ocorreu, “Lixo extraordinário” não representaria, enfim, a conquista da cobiçada
e inédita estatueta pelo Brasil. Assim sendo, a última ida do país à festa, sem
qualquer contestação ou controvérsia, aconteceu com “Cidade de Deus”. Na
cerimônia de 2004, o filme concorreu em quatro categorias – direção (Fernando
Meirelles), roteiro adaptado (Bráulio Mantovani), fotografia (César Charlone) e
montagem (Daniel Rezende).
Oficialmente, costuma-se considerar “O pagador de promessas”, dirigido por
Anselmo Duarte, como marco inaugural do Brasil no Oscar. Em 1963, ele concorreu
ao prêmio de melhor filme estrangeiro – e perdeu para uma produção francesa. O
longa, por outro lado, tinha faturado, um ano antes, a Palma de Ouro em Cannes,
talvez a mais prestigiosa distinção do cinema de autor, não comercial.
Depois, em 1986, houve “O beijo da mulher aranha”, do brasileiro nascido na
Argentina Hector Babenco, que rendeu nomeações nas categorias melhor filme,
diretor, roteiro adaptado e ator (Willian Hurt, que ganhou). Mas esta não é,
usualmente, contabilizada como representação brasileira no Oscar. Era coprodução
com os EUA.
Dessa forma, nossa segunda aparição veio mais de três décadas após “O
pagador...”, quando, em 1996, “O quatrilho”, de Fábio Barreto, recebeu indicação
a melhor filme estrangeiro. Em seguida, na mesma categoria, foram lembrados “O
que é isso, companheiro?” (em 1998) e “Central do Brasil” (em 1999), que colocou
ainda Fernanda Montenegro na disputa pela estatueta de melhor atriz.
Completam a lista “Uma história de futebol”, de Paulo Machiline, e “Gone
nutty”, de Paulo Saldanha (o mesmo de “Rio”), concorrentes a melhor
curta-metragem em 2000 e em 2003, respectivamente.
O Oscar, como se sabe, jamais veio. A não ser por vias indiretas, caso das
estatuetas de melhor de William Hurt por “O beijo da mulher aranha” e do
uruguaio Jorge Drexler, autor da música “El outro lado del rio”, eleita em 2005
a melhor canção original. Ela está na trilha de “Diários de motocicleta”, do
cineasta brasileiro Walter Salles.
A vitória de “Real in Rio” no Oscar 2012 encerraria um jejum. E marcaria uma
coincidência dupla: a primeira vez em que fomos ao Oscar, de fato, foi antes
mesmo de “O pagador de promessas”. Em 1944, a música “Rio de Janeiro”, de Ary
Barroso (1903-64), recebeu nomeação a melhor canção original, pelo filme
“Brazil”.
Fonte G1 Globo.com
2 comentários:
Será que esses músicos brasileiros não tiveram dinheiro suficiente para comprar o Oscar dos americanos? Até que o dólar está em baixa para o Real.
27/2/12 09:46Pra mim este Oscar sempre foi um jogo de cartas marcadas.
27/2/12 11:44Brasil levar ai só quando esta terra de tupiniquim tiver totalmente americanizada.
Já ta bem avancado.
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