Pesquisar no blog!




21 de abril é muito mais do que feriado

4/21/2012


 Todos cantam a sua terra, também vou cantar a minha.
Casimiro de Abreu.



O dia 21 de abril não é apenas um feriado 
nacional. Trata-se de uma homenagem que o Brasil presta ao sacrifício de Joaquim José da Silva Xavier, que foi enforcado e esquartejado em 21 de abril de 1792, devido a seu envolvimento com a Inconfidência Mineira – um dos primeiros movimentos organizados pelos habitantes do território brasileiro, no sentido de conseguir a independência do nosso país em relação a Portugal.
A Inconfidência Mineira, ou Conjuração Mineira, foi uma manifestação do Brasil Colônia que tinha a intenção de romper com Portugal para se tornar uma terra livre, independente do jugo lusitano. Existia muita opressão em Minas Gerais e com isso, inúmeras eram as revoltas populares contra o governo português. 
A Inconfidência Mineira foi um dos mais importantes movimentos sociais da História do Brasil. Significou a luta do povo brasileiro em prol da liberdade contra a opressão.. Ocorreu em Minas Gerais no ano de 1789, em pleno ciclo do ouro.
No final do século XVIII, o Brasil sofria com os abusos políticos e com a cobrança de altos impostos. Além disso, a metrópole portuguesa editava  leis que prejudicavam o desenvolvimento industrial e comercial do Brasil. No ano de 1785, por exemplo, Portugal promulgou uma lei que proibia o funcionamento de industrias fabris em território brasileiro.

Vale lembrar também que neste período era grande a extração de ouro no Brasil,. Assim é que os brasileiros que conseguiam ouro nos garimpos deveriam pagar o "quinto", ou seja, vinte por cento de todo esse ouro encontrado o qual era depositado nos cofres portugueses. Aqueles que eram flagrados com "ouro ilegal” (sem o pagamento do imposto aos portugueses) sofria duras penas, podendo até ser condenado ao  degredo (enviado a força para o território africano).
Com a grande exploração, o ouro começou a diminuir nas minas brasileiras. Mesmo assim as autoridades colonialistas portuguesas não diminuíam as cobranças arrochando os brasileiros.. Nessa época, Portugal, sempre insaciável., criou a Derrama que funcionava da seguinte forma: cada região de exploração de ouro deveria pagar 100 arrobas do metal (1500 quilos) por ano para a metrópole portuguesa. Quando a região não conseguia cumprir estas exigências, soldados da coroa entravam nas casas das famílias para retirarem os pertences até completar o valor devido.

,
Prisão de Tiradentes
Todas estas atitudes do governo português foram provocando uma insatisfação muito grande no povo e, principalmente, nos proprietários rurais e donos de minas que queriam pagar menos impostos e ter mais participação na vida política do país. Alguns membros da elite brasileira (intelectuais, fazendeiros, militares e donos de garimpos), influenciados pela idéias de liberdade que vinham do iluminismo  europeu, começaram a se reunir para buscar uma solução definitiva para o problema: a conquista da Independência do Brasil. 


O grupo, liderado pelo alferes (patente militar que hoje equivale a tenente) Joaquim José da Silva Xavier, conhecido por Tiradentes, era formado pelos poetas Tomas Antonio Gonzaga e Cláudio Manuel da Costa, o dono de mina Inácio de Alvarenga Peixoto, o padre Rolim, entre outros representantes da elite mineira. A ideia do grupo era conquistar a liberdade definitiva e implantar o sistema de governo republicano em nosso país. Estes heróis inconfidentes chegaram a definir uma nova bandeira para o Brasil. Ela seria composta por um triangulo vermelho num fundo branco, com a inscrição em latim: Libertas Quae Sera Tamen (Liberdade ainda que Tardia). Os inconfidentes haviam marcado o dia da deflagração  movimento para uma data em que a derrama seria executada. 


Desta forma, tinham a crença de que poderiam contar com o apoio de parte da população  revoltada com a exorbitante cobrança dos impostos. Contudo, um dos  inconfidentes, Joaquim Silvério dos Reis, delatou o movimento para as autoridades portuguesas, em troca do perdão de suas dívidas com a coroa. Todos os inconfidentes foram presos, enviados para a capital (Rio de Janeiro) e acusados pelo crime de infidelidade à rainha de Portugal, D. Maria I, A Louca, (mãe de Dom João VI)
Cidade mineira, atual Tiradentes, onde  residiu o herói da Inconfidência

Os inconfidentes eram pessoas ligadas às atividades de extração mineral ou à produção agrícola. Eram instruídos e muitos deles haviam estudado na Europa. Tiradentes era o único inconfidente que não tinha posses. Ele fazia parte da classe média.na condição de  simples alferes e tinha esse apelido por exercer também o ofício de dentista. Entretanto, era ele quem saía às ruas, procurando conquistar a adesão do povo ao movimento. Resultado, durante o julgamento, realizado exclusivamente  por portugueses, todos os que tinham posses conseguiram escapar da pena máxima, da morte, substituída pela prisão ou pelo exílio.Tiradentes, que "assumiu" sozinho a liderança da conspiração, foi o único a ser condenado à morte pela fôrca  e o seu corpo  esquartejado com as  respectivas partes penduradas em postes ao longo da estrada real de Minas Gerais ao Rio de Janeiro, tornando-se o primeiro herói nacional quando da independência do Brasil em 1822.


Embora esses nacionalistas republicanos, brasileiros, tenham sido derrotados pelos colonialistas lusitanos, podemos considerar a  Conjuração Mineira como um exemplo valoroso da luta dos brasileiros pela independência, pela liberdade e contra  o governo português que tratava sua rica colônia com violência, autoritarismo, barbárie, ganância e falta de respeito. Tanto é que 30 anos  depois o povo brasileiro conquistou por intermediação de um príncipe luso-brasileiro,  D. Pedro I, a nossa  separação de Portugal. surgindo, assim, o histórico dia 7 de setembro de 1822, quem vem a ser, quiçá, outro assunto a ser abordado aqui no A VOZ.. 


nilsonazevedo@globo.com

5 comentários:

REINALDISTA DOENTE disse...

Quando sai uma matéria assim vou ter que perguntar.
Gal porque vc soh quer fazer politicagem?
Siga o exemplo de quem te dar lições , como o seu amigo que escreveu essa matéria e outras mais para o seu blog. Vou dizer pra ele quem é você. Ele é um inocente em fazer , sem querer, esta propaganda pra vc, viu Gal? Não vou deixar Dr. Nilson ser enganado.

20/4/12 23:34
Estudante da UNEB disse...

Na terra da politicagem, quando se fala em política séria ninguem sabe comentar, fica todo mundo calado.

21/4/12 09:27
Anônimo disse...

Reinaldistas, não preocupem com o voto de Dr. Nilson Machado de Azevedo, filho único dos inesquecíveis Wilson e Nilza. Ele que reside no Horto Florestal, em Salvador, apenas deseja e quer contribuir com os seus conterrâneos, seus amigos e gente que lhe é muito grata. Dr. Nilson, não votá em De. Rcardo e muito menos no candidato dos Bragas, ele é eleitor de Salvador, e já votou em Dr. Marivaldo, amigo e colega aqui em Salvador, quando o mesmo fora candidato a Deputado Estadual. Adeus Mariana que eu Já vou embora.

21/4/12 19:55
Anônimo disse...

Em busca de independência muito ainda hoje são perseguidos.
Em Xique-Xique não se enforcam com cordas.
Mas com certeza com o medo.

21/4/12 21:17
Anônimo disse...

Querido Nilson. A Inconfidência Mineira foi simplismente um movimento a favor do LUCRO, do dinheiro. A independência do bolso e não do País.Eles queriam libertar o Brasil sem libertar os escravos. Bonito pra cara deles. Desculpe-me; NADA,NADA,NADA é o que significa Inconfidência mineira para o país. Os poetas da época, filhos de gente rica iam estudar na europa; e foram estes poetas que escreviam sobre a Inconfidência. Como eles não queriam pagar o QUINTO, alardeavam que estavam lutando pela Independência. Aqui sim, Nilson, na Bahia, que houve movimento pela liberdade. Todos lutando: escravos, alfaiates, soldados e o povo em geral. Inconfidência Mineira foi uma elite endinheirada. Professor Marcelo, Didiu, Vinícios grandes prof de história devem concordar.

22/4/12 09:48

Postar um comentário

Os comentários serão de responsabilidade dos autores. podendo responder peço conteúdo postado!