
Os representantes da Marinha, de acordo com relato de Rosimeire Santos, impedem que a construção seja feita e chegaram a agredir moradores, advogados e derrubaram parte da construção. "Eles [a Marinha] cercaram a casa de um morador. Tem mulheres, crianças dentro da casa [construção] e eles chegaram empurrando a gente com fuzis na mão e até derrubaram uma parte da construção que caiu em cima da gente", disse.
Defensores públicos estaduais e federais, além de representantes da Secretaria de Promoção e Igualdade Social da Bahia (Sepromi), advogados e entidades negras estão no local na noite desta segunda. De acordo com a defensora pública estadual Fabiana Almeida, que também acompanha as negociações, todo o grupo tenta negociar com a comunidade e com os representantes da Marinha para que não haja nenhum confronto.
O comandante Queiroz, da Comunicação Social do 2º Distrito Naval, em Salvador, afirmou ao G1 na noite desta segunda que o relato dos moradores da "Quilombo Rio dos Macacos" não é verdadeiro e que é comum o trânsito de militares armados no local por se tratar de área militar. O comandante disse ainda que o que ocorreu foi o início de uma construção irregular na área que pertence à Marinha e que o órgão militar já solicitou que a Justiça intervenha.
"Isso [o relato dos moradores] não é verdade, não está ocorrendo nada. Os ocupantes irregulares [moradores do Rio dos Macacos] iniciaram uma construção sem autorização da Marinha, que pede que a Justiça intervenha. Permanentemente é verificada a situação do terreno, é comum que os militares andem armados na área militar. Existe uma comunidade [Rio dos Macacos] que ocupa irregularmente o local. Está sendo negociada a relocação. Não será a Marinha que fará a desocupação porque isso não nos cabe", afirmou.
A 19ª CIPM, rsponsável pelo policiamento no bairro de São Tomé de Paripe, informou ao G1 que foi acionada e que encaminhou uma guarnição ao local, mas não entrou na comunidade por se tratar de áre militar e federal.
De acordo com Vilma Reis, presidente do Conselho de Desenvolvimento da Comunidade Negra da Bahia (CDCN-BA), a ação de reintegração de posse do território tinha execução marcada para o dia 4 de março de 2012, mas o governo federal determinou a suspensão da tomada do território. "Foi entendido que a comunidade não foi defendida e que a Justiça Federal agiu em um único polo, para beneficiar somente a Marinha, que tratou os quilombolas como invasores, alegando que eles estão lá há cerca de três, quatro anos. A Polícia Federal não pode nem entrar na área, por ordem presidencial. Essa população reside na comunidade, que era uma fazenda, há 238 anos. Não queremos assistir a um outro 'Pinherinho' no Brasil", afirmou.
Em junho de 2011 a Marinha afirmou que a decisão é proveniente de uma ação reivindicatória realizada pela Procuradoria da República na Bahia, datada de 2009, que foi promulgada pela 10° Vara Federal, por meio da juíza Arali Maciel Duarte, no dia 4 de novembro de 2010.
Em nota, a Marinha informou que a decisão compreendeu que as invasões ocorridas representam perigo de poluição hídrica, uma vez que existem nascentes na área. Também foram citadas necessidades futuras, como a construção de instalações militares no local. A assessoria da Marinha afirmou que os projetos para o local estão sendo elaborados, mas que ainda não há um calendário de execução. Entre os projetos, constam edifícios residenciais e hospitais.
Fonte: G1
1 comentários:
O local é objeto de ação reivindicatória em curso na 10ª Vara Federal Cível da Bahia. Sobre o imóvel, os militares apontam que a reconstrução foi realizada sem o consentimento da Marinha do Brasil. O morador responsável pela reconstrução de uma casa no local que desabou em consequencia das chuvas que cairam em Salvador e em Simões Filho, esse morador teria recebido uma notificação da Justiça que pedia a interrupção das obras, mas esse mesmo morador se negou a assinar o documento. Então deu mais uma vez no que deu.
29/5/12 10:07Postar um comentário
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