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COMPRAM-SE VOTOS

9/21/2012


O sistema político brasileiro conhecido como coronelismo teve seu início e fim na República Velha (1889-1930), mas suas práticas perpetuam-se até os dias atuais.
Ainda hoje podemos encontrar no cenário político brasileiro os traços da política do grande potentado a influenciar boa parte do eleitorado, juntamente com a relação de poder que tem por finalidade manter as oligarquias no comando político.

A compra de voto hoje já não acontece da mesma forma como na República Velha, mas não deixou de existir. Só que a sua existência é  de uma maneira mais velada e camuflada nas  políticas eleitoreiras, a exemplo da doação de cestas básicas, leite, pão, remédio e outros semelhantes e,  principalmente,  na barganha com empregos e respectivos cabides a conduzir o resultado de uma eleição.

Atualmente podemos notar candidatos que prometem vantagens para os eleitores e ainda aos seus aliados no afã de conquistar a eleição, mesmo aos trancos e barrancos. Podemos dizer que o  filhotismo, bem assim o compadrismo praticados pelos antigos coronéis, perpetuam-se  pela indicação de cargos e empregos aos membros da família e aos correligionários, objetivando a manutenção de uma ampla rede de clientelismo para a garantia do domínio da máquina estatal, utilizada para campanha política.

Desrespeita-se a Lei, em alguns redutos eleitorais brasileiros, quando o voto do eleitorado está diretamente atrelado com o que o candidato pode oferecer-lhe. O voto toma um sentido de valor, uma mercadoria com forte poder de barganha, onde o eleitor encontra na eleição o momento certo para se utilizar do bem precioso que tem nas mãos. 

Constata-se, assim, que a oportunidade da eleição não se configura como o momento de escolha do mais capacitado para exercer funções administrativas ou de mando; é, sim, o momento da barganha e da reciprocidade de dons: o individuo dá o seu voto porque já recebeu um beneficio ou porque espera ainda recebê-lo. O voto, neste caso, assume o aspecto de um bem de troca. As  consequências para os eleitores, para a comunidade ou para o município se estendem, todavia, além dos quatro anos dos mandatos daqueles que os conquistaram desonestamente.

O artigo 299 do Código Eleitoral proíbe "dar, oferecer, prometer, solicitar ou receber, para si ou para outrem, dinheiro, dádiva ou qualquer outra vantagem, para obter ou dar voto e para conseguir ou prometer abstenção, ainda que a oferta não seja aceito". Pela Lei, o infrator está sujeito a pena de quatro anos de reclusão e pagamento de até 15 dias-multa. 

Entretanto, o eleitor independente tem poderes de extirpar do cenário político os que galgam tais mandatos valendo-se da carência dos milhares de eleitores sem condição de bem discernir, até pela carência intelectual e material, mediante compra do  voto. Urge que ninguém se cale a vista do uso da máquina administrativa e não só denuncie, mas acompanhe a efetiva punição do transgressor.
Certamente, agindo assim, encurtaremos o tempo que nos separa do surgimento de um novo dia com menos exclusão social.

Voto não tem preço, tem consequência.

nilsonazevedo@globo.com



6 comentários:

comerciante e eleitor disse...

Parabéns ao blog pela divulgação de todas essas matérias sobre política e corrupção. Esperamos que os leitores reflitam e saibam votar nas próximas eleições, derrotando as forças do mal que querem se perpetuar no poder.

10/9/12 08:28
Nogueira disse...

A compra de voto sempre aconteceu e vai continuar acontecer. Não se dispõe de estrutura capaz de combater a corrupção . Vamos esperar o julgamento do mensalão pra ver quem vai ser preso e quem não vai ou se vai dar em nada.A solução seria a reforma política , mas essa os políticos não querem porque puxa o tapete deles e o povo que deveria ser o maior interessado cruza os braços e fica esperando um milagre acontecer chingando os políticos quando a culpa é do povo mesmo. Tenho dito.

10/9/12 10:18
Anônimo disse...

É bom que o meu amigo Nilson Azevedo, o nosso cronista que sem ter informações concretas do que é hoje a terra dele, Xique-Xique, da qual ele saiu há muito tempo, ainda adolescente, venha escrever neste blog do senhor Gal, nosso conhecidíssimo opositor cujas razões de ser oposição nem ele sabe. Parece que Gal tem um propíosito com doentia ideia fixa. Ser oposição só por achar bonito e como um joguinho qualquer, é Gal? Vais perder a eleição por isso, meu rapaz. O 15 já é um fato e vamos ganhar de voces para continuar a nossa bela administração apesar da oposição sem lógica
Ainda assim, Gal, daqui a 4 anos vcs não ganham uma eleição em Xique=xique. Não sou de aposta, mas é aposto minha vida que o coitado do Ricardo não ganha esta eleição.

10/9/12 16:55
professor disse...

Gostei da concordância: Usam-se votos. Ou seja, votos serão usados.

12/9/12 13:10
Maria Bokuda disse...

Só se compram votos pq existem vendedores! Quem vende seu voto e tão corrupto quanto quem compra!

24/9/12 12:39
Anônimo disse...

Se candidatos compram votos, é porque não tem nenhum compromisso com o povo.
Se o povo vende voto é porque de alguma forma se sentem ameaçados, e temem a propria vida

27/9/12 19:36

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