Desde o ano de 1985, os
partidos políticos brasileiros começaram a dar enorme valor ao horário
eleitoral gratuito, pois até então, com a Lei no. 6.339, a famosa Lei Falcão de
1° de julho de 1976, as legendas estavam limitadas a exibir apenas as fotos dos
candidatos, partidos, horário e local dos comícios, ou seja, uma propaganda
estática.
Hoje, com um cenário
pautado pelo avanço tecnológico, as propagandas políticas ganharam lugar de
destaque nas campanhas. Apesar disso, alguns políticos tentam minimizar a
importância do tempo que tem no rádio e na televisão, mas brigam com unhas e
dentes para unir em torno de suas candidaturas um grande leque de coligações, a
fim de obterem maior tempo na propaganda eleitoral. A seguir, alguns exemplos:
O Horário eleitoral é
gratuito apenas para os partidos. Na verdade, a Legislação Eleitoral prevê a
compensação fiscal para as emissoras de rádio e TV, regulamentada pelo Decreto
nº 5331/2005. A Receita Federal compensa as emissoras, com dedução de até 80%
do que ganhariam com a comercialização daqueles horários. Esta compensação
chegou à cifra de R$ 1 bilhão na campanha presidencial de 2010. E esses
recursos saem dos cofres públicos, ou seja, do próprio cidadão brasileiro.
Se o candidato que
dispuser de maior tempo tiver que se defender, por exemplo, dos ataques dos
adversários, explicar os projetos que não cumpriu ou a má avaliação do governo
seu ou de um padrinho político, certamente não se dará bem na eleição. Também
perde pontos quem inclui muitos clipes, depoimentos em excesso ou vinhetas
repetitivas e conteúdo fraco.
Dificilmente candidatos a
cargo majoritário alcançarão êxito numa primeira eleição, se dispuserem de
pouco tempo no horário eleitoral gratuito. Casos de sucesso como o de Enéas -
que com apenas 17 segundos na TV criou o bordão 'Meu nome é Enéas' e conseguiu
arregimentar cerca de 360 mil votos na eleição presidencial de 1989 - acontecem
raramente e normalmente são provenientes de manifestações de protesto popular.
O bom programa é aquele
que tem foco nas propostas do candidato, com expressões simples e claras, e que
atenda aos anseios dos eleitores. Um recurso bom para se utilizar, são as
comparações didáticas. Saber 'vender esperança' para que o eleitor encare como
sinceras as propostas também é algo muito valioso numa campanha no rádio e na
TV.
Fonte: Agência Estadão
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