UMA BOA ELEIÇÃO

A sociedade democrática está, no Brasil,  em fase de plena consolidação. Temos ainda  que avançar. Em alguns municípios o foco é direcionado, exclusivamente, na escolha de um candidato do que na discussão do futuro da cidade e distritos. Isso pode  levar  a avaliações e resultados equivocados porque as pessoas passam, mas  a cidade e os distritos continuam. E quando predomina, tão somente, um determinado nome para solucionar as demandas das cidades o interesse pessoal é mais forte do que o coletivo; e quando tudo acontece sem projetos o sonho coletivo não é realizado.

Não há como negar, muitas pessoas acreditam que não temos partidos e políticos ideais. Mas não podemos esquecer que eles são amostras da nossa comunidade, visto que são amigos, vizinhos, professores, profissionais das mais diversas áreas, que se ofereceram para ser os nossos representantes. De forma boa ou ruim, eles são nós mesmos no poder. Todos os que se candidataram a uma vaga pública, tanto para o Executivo Municipal quanto para o Parlamento, merecem respeito até prova em contrário. É   ululantemente óbvio. Se a Justiça Eleitoral aprovou as  candidaturas é Lei.   Dura lex sed lex.  

Pois bem. Se os candidatos xiquexiquenses não são os melhores, então aonde  estão os bons que não se candidataram? Essa é uma das muitas questões que deveríamos debater, numa discussão ampla. É corriqueiro ouvirmos que eleição não é para pessoa séria. Discordamos, categoricamente,  dessa infeliz colocação. É verdade que ainda não alcançamos o primor , o ideal, o estágio bom, para chegar onde sonhamos, sendo necessário sermos mais críticos e menos omissos. Eleição é um período de reflexão, de decisão, no qual a maioria dos que nela entram não está preparada para um debate politizado na sua essência. Muitos levam para o lado pessoal e  a vaidade, a soberba ocupam o vazio. Muitos despreparados são eleitos. Grande parte deles sequer aproveita essa oportunidade para evoluir, até por uma razão óbvia ou elementar. Não pretendem ser eleitos para defender um projeto de política com o P  maiúsculo  e por insistência de alguns dos meus preclaros amigos , teríamos que acrescer ao P a inconfundível letra  T. 

Contrariando muitos e para sermos coerentes, merecerão todos os eleitos o nosso respeito inicial em face da eleição sem contestações de nulidades. Se não estamos satisfeitos, se fomos enganados, se não estão agindo como representantes, temos o próximo dia  7 de outubro a oportunidade de mudar, momento que só acontece a cada quatro anos. Não dá para jogar fora esta oportunidade.

Penso eu que o povo xiquexiquense luta para  ter representantes comprometidos com as questões sérias da comunidade.

A maior parte do eleitorado   preocupa-se com a escolha do prefeito, todavia, poucos se preocupam com o programa e a escolha do vereador. Entretanto, se quisermos, no futuro próximo vindouro do dia 7 de outubro, uma cidade diferente, teremos de analisar e debater os programas; se quisermos uma democracia representativa efetiva,  obviamente teremos de escolher criteriosamente, o nosso vereador que projetará leis em defesa do município de Xiquexique e da sua população.

Uma forma de fazer uma escolha segura é analisar a vida pessoal e profissional do candidato e se o ideal dele for servir  a comunidade, merecerá o nosso voto. O que não podemos é ficar quatro anos mal representados.

nilsonazevedo @globo.com