(...) Sabe-se que de acordo com a Convenção Ortográfica celebrada entre Brasil e Portugal e aprovada pela Academia Brasileira de Letras em 12.08.1943, poder-se-ia continuar escrevendo Chiquechique (com CH e, corretamente, sem hífen). Entretanto, a 01/04/1944, nossos respeitáveis acadêmicos brasileiros adotaram a ortografia definitiva de todos os nossos vocábulos, resultando no Vocabulário Ortográfico Brasileiro e assim o topônimo Xiquexique passou a ser grafado com X, em vez de CH.
Quando o Uibaí ainda fazia parte do Município de Xiquexique, no texto do Ato de nomeação da Sra. Laura Mendes Viana, como Regente da Escola Pública Municipal de Uibaí, pela primeira vez, na gestão do Prefeito Túlio Mendes da Silva, constata-se o uso de Xique Xique escrito sem hífen, embora separados, como se fossem duas palavras e não uma só. Consequentemente, também errado.
A partir daquela data, transcorridos vários anos, ora se escrevia Chique-Chique, ora Xique-Xique, isto ficava a depender exclusivamente do Secretário Municipal ou do funcionário que fizesse a transcrição dos atos oficiais da municipalidade.
No tocante ao assunto, digno de nota foi o período administrativo dos prefeitos Naylor de Souza Nogueira e Adão Moreira Bastos (1946) secretariados, respectivamente, o primeiro pela sua esposa Sra. Eunice Magalhães Nogueira e, o segundo, pelo Sr. Francisco Emereciano da Cruz que caprichosamente registraram de forma correta, em todos os atos do Governo Municipal, a grafia Xiquexique. Vê-se, até com espanto, que o passado vem ao encontro do presente que estamos defendendo.
A confusão continuou a ponto de, em 1947, ( Prefeito Custódio B. Morais ) encontrarmos uma nomeação datilografada em papel timbrado " PREFEITURA MUNICIPAL DE XIQUEXIQUE" ( certamente impresso no período anterior e datado com a grafia Chique-Chique ).
A partir de 1955 o erro se consolidou, chegando aos nossos dias como se correto fosse e o engano até ganhou defensores.
O prezado leitor poderá questionar e, com muita propriedade, desejar saber por quê somente agora passamos a falar neste assunto. Não há nenhuma justificativa plausível a não ser: a) Comunitariamente confessarmos a nossa indiferença pela história da nossa terra; b) De algum modo , o que é pior, ficar patente o desconhecimento e descuidado das nossas escolas e da própria municipalidade. (nas quais estou intrinsicamente inserido).
Em verdade, diriam os nossos avós: " Antes tarde do que nunca" e, com base em pesquisas feitas nos mais diversos dicionários e enciclopédias, não temos nenhuma cerimônia em propormos a devida correção em nosso topônimo, haja vista que se há o erro foi por uso popular e, considerando o que determinaria o princípio de lógica que é a mãe de todas as leis, a correção também se dará por força do mesmo princípio ora mencionado.
Acredito que poderá haver opiniões a contestar ou invocar a existência de leis escritas. Se existem, que apresentem tais documentos, pois teremos o maior prazer de conhecê-los, o que nos propiciará a oportunidade de , em debate, defendermos nossas posições quanto ao assunto ora em pauta, fundamentados especialmente em nossas enciclopédias e dicionários, cujos autores respeitamos profundamente.
Doravante o certo é XIQUEXIQUE unido, lembrando-se que a "união faz a força".
*Matéria de autoria do Professor Carlos Santos, publicada no Jornal impresso A VOZ , edição nº 35, de março de 2003.
6 comentários:
Já tomei conhecimento de um lado e de outro sobre esta questão do nome do nosso município. na minha opinião o Poder Legislativo é o caminho correto, é o fórum competente para fazer correção ou mudar nomes de cidades.
3/12/12 11:31Infelizmente, estão dando conotação política partidária com a escrita do nosso município.
Eu continuarei escrevendo: Xique-Xique, pois, é dessa forma que tem registro nos órgãos governamentais.
Bem interessante o assunto. So' por curiosidade, o Carlos Santos jogou um papel em como soletrar o nome da nossa amada cidade? Bobby
3/12/12 11:32Carlito tem base, é pesquisador. Não é um desses fajutos que falam igual a papagaio. Xiquexique tem que ser unido, porque está nos dicionários sérios. Tem gente que fala besteira porque não pesquisou o assunto, como fez o professor Carlos Santos. Viva Xiquexique unido, sem hífen.
3/12/12 13:03Gal, cadê o retorno do seu jornal impresso? O jornal Página Revista, de DaTerra, está circulando hoje em XiqueXique ganhando pra você.
3/12/12 13:23Gal, largue de ser metido e unha de vaca e bote o seu jornal pra arrebentar no papel, pois tem muita gente em XiqXiq que não tem computador e por isso não tem acesso a internet. Só se for nas antigas Lans.
No crepúsculo das palavras
3/12/12 15:11Aos meus amores:
“De azuis distantes” e “Xiquexique” no meu Sertão
Perambulastes solitários…
Por entre as páginas em branco,
(De um conjunto de folhas qualquer)
Na quietude de um existir atribuído,
Onde vós escondíeis todos os dias,
Um pouco mais e mais e mais… e mais… e mais…
Perambulastes solitários…
De vocábulo em vocábulo,
Perseguindo metáforas,
Colidindo nos fonemas,
Como abalroáveis vossas existências…
Deixando-se acaçapar…
Perambulastes solitários…
Descendo aos calabouços,
(Em uma anástrofe),
Nas construções metafisicas
Das alocuções elaboradas;
Separando-vos em sílabas,
Como que vos apartásseis
Das vossas próprias existências…
Perambulastes solitários…
Pelas urbes desertas,
Asilados nas sombras dos dicionários,
De um logradouro camuflado sem fulgor,
– Outonal – entre as linhas paralelas,
Dos existires que escolheram e obrigaram-vos seguir…
Perambulastes solitários,
Remexendo os escombros,
Das partículas das vossas Almas
Encarceradas em vossos corpos…
(Desejando-vos da vida a comunhão…)
E não sabíeis que nas estantes,
Negavam-vos a vida,
Para que vivêsseis assim as vossas existências!
Vivíeis...
Porque eu vos descobri vibrantes...
No crepúsculo das palavras soterradas,
Dos existenciais ‘acordos ortográficos’
E o meu amor resgatou-vos para a vida
– Ó meu “Léxico Português”!
Reinadi Sampaio.
Há Estudante da UNEB “filando” aulas!
4/12/12 20:33O texto abaixo é muito esclarecedor, vi no Facebook na página de um amigo.
"Considerando que nenhum acordo ortográfico seria capaz de alcançar e contemplar as variadas nuances e particularidades da nossa língua, recorremos sempre ao escólio doutrinário.
Leciona a melhor doutrina que os nomes próprios estão sujeitos às mesmas regras estabelecidas para os nomes comuns. Sendo assim, pessoas que tenham no registro civil o nome de forma estranha às normas atuais, poderão mantê-lo como ali se encontra.
Por analogia, portanto, entendemos que os topônimos ou nomes de cidades devem seguir esses mesmos preceitos. Ou seja, ainda que contrarie o Acordo Ortográfico de 1990, o nome da nossa cidade deve ser grafado “Xique-Xique”, consoante consta dos documentos oficiais que se equivalem ao registro civil. A grafia Xique-Xique é a que consta de tais documentos: com dois xis maiúsculos e separados por hífen.
A propósito, nomes de cidades só podem sofrer mudanças ortográficas, através de um plebiscito e com o referendo da Assembléia Legislativa".
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