Xiquexique: Processo de restauração da Capela Senhora Santana do Miradouro

Recentemente a comunidade de Xiquexique, recebeu a primeira equipe de profissionais que irá cuidar da restauração da capela Senhora Santana do Miradouro. A primeira pintura da capela é do século XIX, que teve como artista responsável Francisco Ribeiro de Souza, em 1849. Sua restauração – feita pelo artista José Roldão – só aconteceu 90 anos depois, em 1939.

 

Bastante arruinada pela ação do tempo e do homem, a capela Santana do Miradouro encontra-se em processo de restauração pela equipe do IPAC - Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia. À frente do processo de restauro está o arquiteto José Carlos de Oliveira Matta – da subgerência de projetos do IPAC, e a artista plástica restauradora Célia Maria Sampaio Moura.

Em visita do IPAC à igreja, em 2010, a situação se encontrava um pouquinho melhor do que está agora. Estamos no processo de arruinamento, e todo processo de arruinamento começa pela cobertura. Estragou a cobertura, o resto começa a se deteriorar: o forro, a estrutura do telhado. Infiltrações pelas alvenarias, enfim.

Segundo José Carlos de Oliveira – O processo é árduo. Primeiro porque aqui não tem energia elétrica, as condições de transporte são difíceis, não se poderia esperar para fazer aquilo que normalmente se faz: a cobertura provisória, recuperar, estabilizar o monumento... Havia um risco muito grande de perda deste material artístico integrado, pois a igreja – poderíamos dizer que – está na UTI, e precisamos urgentemente retirá-la da UTI.

A equipe que aqui se encontra vai permanecer até o processo de finalização da restauração, mas vai se alternar, mas será basicamente a mesma equipe. Inclusive, por que o estado não permite que uma equipe permaneça por muito tempo; então, as equipes se alternarão a cada 15 dias, sob minha coordenação do arquiteto.

A restauração da igreja levará entre seis a oito meses. José Carlos de Oliveira  acrescentou, sobre a importância da comunidade em preservar esse patrimônio. “A gente vê a luta, a batalha para que haja a preservação desse patrimônio. Não existe maneira melhor de se preservar do que a população empenhar-se, se doar. E isso nos motiva muito, e espero que esses gestos se multipliquem, se ampliem”. 

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