Sou poeta de XiqueXique
Sou mal-assombro do escuro,
Sebo de bode capado,
Gato gemendo em telhado,
Fogo queimando em monturo,
Adivinho do futuro,
Primo-irmão de Zebedeu
Sou fogo que o Coliseu
Transformou em chama ardente
Sou o alvará recorrente
Que soltou o Zé Dirceu
Sou porta sem fechadura
Sou tamanco, sou buzina
Eu sou a cruz da menina
Milagre da sepultura
Sou queijo com rapadura
Estou dizendo quem sou eu
Sou alguém que faleceu
Bangelo mostrando um dente
Eu sou o alvará recorrente
Que soltou o Zé Dirceu.
Sou titela de galinha
Misturado com cuscuz
Valei-me Santo Jesus
Que essa vontade eu já tinha
Uma lata de sardinha
Lá em casa tu comeu
E quer saber quem sou eu
Eu sou quase um resistente
Eu sou o alvará recorrente
Que soltou o Zé Dirceu
24 comentários:
Esse tal de mensalão
24/1/14 08:46Já deu o que falar
É tanta maracutaia
Aonde vai parar?
Mensalão do tal PT
Do PSDB também
E quantos mais aparecer
O DEM é de saber
Não contribui com esse Zé
Nem Delubio e Genuino
Só peço ajuda do Divino
Pra abençoar o meu destino
É tanta robalheira
Muita descaração
Dinheiro na cueca
E pacto com o cão.
Esse tal de marrequeiro
24/1/14 14:42É um caba muito lutrido
Me disseram que a Marreca
É um lugar de uns incutido
Que votaram em Reinaldim
E hoje choram arrependido ...
Marrequeiro preste atenção
Diga pra nóis o seu partido
Se você vota em tucanos
Tou ligado no seu motivo
Você deixou foi de mamar
E tomou no pé do ouvido
Fica aí em riba do muro
Querendo dar muita lição
Mais a véia ôio pru Cu
Com duas velas na mão
Alumiando os Tribufu
Os seguranças dos cão
Eu sou cabra macho
24/1/14 15:36Em cima do muro não fico
Não aceito os desmandos
Desse tais partidos
Todo voto é consciente
Pra quem consciência tem
Na politica brasileira
tratam o povo com desdem
Farinha do mesmo saco
É o que tem pra nois comer
Mas quem sabe vale a pena
Tentar mais uma vez
Perder a esperança
Essa não posso não
E fico nessa ânsia
Esperando solução.
Para você meu conterrâneo
Minha consideração
Pois acima de tudo
Somos filhos do mesmo chão.
24/1/14 18:44Valei-me, como é que pode
O marrequeiro é respondão
Ele parece que tá com a gota
Esse caba é um resmungão
Vou agorinha aí na Marreca
Podem ajeitar logo o tatame
Pois não gosto de enxame
Me dá coceira na mão
Já derrubei seu Jarba Meira
E escorracei até o Jefão...
Oxe,agora é Que eu vi
25/1/14 00:01O meu nome nessa briga
Num tenho nada com isso
Não me metam em intriga
Mas ninguém me derrubou
No tatame sou doutor
O melhor de toda liga
Conheci o Zé Dirceu
Antes mesmo da prisão
Depois ele se fudeu
Com o tal o mensalão
Acho que é inocente
E o embargo infringente
É direito do cidadão
Ao sucesso na mídia
O Barbosa sucumbiu
Virou estrela da Globo
E da puta que pariu
Quem conhece sabe bem
A arrogância que ele tem
Se acha o herói do brasil
Meus amigos repentistas
Voltando ao nosso assunto
Me tirem dessas indagas
Sou da paz ,nisso Tô junto
Mas se quiserem guerra
Breve volto a minha terra
E o cordel vai virar defunto
Em primeiro lugar bom dia
25/1/14 07:29Não sou caba mal educado
Eu nasci em XiqueXique
Um menino dos esquentado
Já bebi água da ipueira
Foi no sábado retrasado
Na casa dos Jota Meira
Comi galinha a molho pardo
Mas não curei toda ressaca
Por isso que estou retado...
Jefão eu não queria briga
Com você nem com ninguém
Eu não gosto dessa quizília
Nem aqui nem mais além...
Mas se for aí em Brasília
Já vou ficar virado no cão
Chame o povo do sindicato
Gilmar Mendes e o Barbosão
Venha com todo o aparato
De Rolezim ou de Rolezão...
Marque dia, a hora e lugar
Cruze os dedos pra ter sorte
Mas não venha com a galera
Que habita no Lago Norte
Arruda e Roriz são esparrela
Meu judô é só um esporte
Se eu enfrentar uma fera
XiqueXique vai festejar
Com forró em Sobradinho,
Ceilândia, Gama e Guará.
Eu vou dar é boa tarde
25/1/14 11:49Pois acordo antes das seis
Fui educado na peia
Palmatória é que me fez
Não bato em conterrâneo
Mas meu golpe é instantâneo
Quando sai derruba três
Eu nasci foi na Pinguela
Lá pras bandas Da Marreca
Em frente ao Amarracouro
Depois da roça de Zeca
Vim ao mundo de parteira
Meu brinquedo,uma peixeira
Carcará minha peteca
Então venha pra Brasília
Onde a política é meretriz
De gente com o Arruda
Barbosa e até Roriz
Sei que também na Bahia
Política num faz a alegria
Do Povo eleitor infeliz
Jefão tu até sem querer
25/1/14 13:28Me deu uma carteirada
Lembrando Zeca de Custódio
O homem da nossa rádia
Emissora Cactus Efe Eme
Que é séria sem usar de lábia
O Zeca eu nem conheço
Esse prazer não tive ainda
Quando estou em XiqueXique
Zeca vai pra a Argentina...
Foi fofoca que me passaram
Uns caba véio e umas menina
Mas Jefão, nós empatamos
Na peleja do nosso cordel
Se você é um compositor
Eu vou dançar no seu créu
Mas fica a nossa amizade
Na matéria de doutor Miguel.
É o duelo de duas feras
25/1/14 13:54De dois poetas brasileiros
De um lado o Jefão Meira
Do outro Nilson Azevedo
Que usa um pseudônimo
De Repentista de Xique-Xique
Mas antes era marrequeiro
Eu não entro nesta peleja
Pois eu pouco sei rimar
Mas Gal Pessoa me disse
Que muitas águas vão rolar
Com ajuda desses poetas
Na prefeitura vai entrar
Agora vou encerrar
25/1/14 15:32Minha participação
Obrigado Dr. Nilson
Pela bela inspiração
A peleja é instrumento
Pra um bom entendimento
Das coisas da Região
Zé Dirceu foi um pretexto
Pra peleja começar
E o embargo infrigente
Foi o mote pra rimar
O repentista num importa
Se o A Voz abre a porta
No repente vou entrar
Coisa boa é coisa boa
25/1/14 19:30Eu nasci lá nas Marrecas
25/1/14 19:35Em Xique-Xique me criei
Quando era bem menino
Na Ipueira nunca entrei
Até que me ensinaram
O segredo pra ser rei
Engoli umas três piabas
Todas elas de uma vez
Agora nado feito peixe
O Chicão virou fregues
Vou e volto na Ipueira
Na Marreca me arrisquei
Jefão Meira é meu amigo
Jarbão Mel meu camarada
Meio homem é aquele
Que não serve para nada
Pra quem ama Xique-Xique
A distância não é nada
Cada um tem uma verdade
Mas só uma é verdadeira
Vou chamar o Jefão Meira
Pra atravessar a Ipueira
No tatame não me arrisco
Mas no Chicão come pueira.
Não gosto de indaga
Vou logo finalizando
Se eu ficar por aqui
Acabo me acostumando
Tô voltando pra Marreca
Volta daqui um ano
O cordél é um dos mais belos entretenimentos e como tal, merece meus apreciamentos e respeito. A literatura de cordel é um legado mais remotos do povo brasileiro em sua simplicidade! Um forte abraço; Osvaldo Martins dos Santos.
26/1/14 01:43Fui sair com o meu amor
26/1/14 07:57E dei-lhe um beijo na testa
Mais abaixo me disse ela
Mais abaixo é uma festa.
Com pena pego na pena
Com pena quero escrever
Caiu-me a pena no chão
Com pena de não te ver
Subi ao quinto andar
E atirei-me do segundo
Só porque quis ir tomar ar
Antes de ir pró outro mundo.
Eu queria nesta escola
26/1/14 08:18Desses poetas aprender
A declamar e escrever
Mesmo sem ser com viola
Mas versejar na bitola
Pegar um mote e glosar
E com as rimas cantar
Em casa ou na cantoria
Para mim é alegria
Desses poetas eu falar.
REPETEANDO A ARTE
A arte está bem viva
Basta ter a inspiração
Às vezes cantando a diva
E o que sai do coração
Na poesia improvisada
A arte é emoldurada
No quadro de uma canção
Esperemos que o espaço
Não seja mais reduzido
Se o poeta andar descalço
Seu repente será fingido
Mas ,disse o grande Pessoa
O poeta é um fingidor,na boa!
O que sente não é percebido
Meu respeito aos repentistas
Onde aflora a inteligência
Aos cantadores e piadistas
Que desafiam até a ciência
No improviso ou na lembrança
A palavra, na rima, dança!
A poesia de pura essência
Jefão Meira (maio/2010)
Ensopado de maxixe
26/1/14 11:06Prato fundo com cuscuz
Um chá de berdoega
Meio ôvo de avestruz
Cerveja gelada no brega
Leite quente duma jega
Jaca daquela bem dura
Farinha com rapadura
Tira-gosto de preá
Isso é muita coisa boa
A gente tá rindo à toa
Coisa melhor não há
Coisa melhor não há
26/1/14 12:58Pinguela tá rindo à toa
Um pedaço de brôa
Com chá de berdoega
Catuzeira é na budega
Vou já com uma corôa
Comer buchada da bôa
No bar de Tôim Canela
No bar de Tôim Canela
26/1/14 15:19Entrei numa sexta-feira
Comi carne na panela
Levei até pra Manimeira
Me lambuzei de pirão
Lambendo os dedo da mão
Passei pelo mei da feira
Já eu fui na Avenida
26/1/14 18:35No bar de Manezim
Pertim da casa de Zeca
Bebi uma cachaça ruim
Que me deu uma tremedeira
Jefão lá no mêi da feira
Quando fui eu socorrido
Vou contar todo o ocorrido
Abrirei a boca no mundo
Vou falar pra Manim Meira
Desculpe meu amigo
26/1/14 20:30Mas no bar de Manezim
Que é um caba lutrido
Num vende pinga ruim
Cê tomou foi catuzeira
Com água da ipueira
E num quer dizer pra mim
Tomei umas catuzeiras
10/2/14 23:48Porque tou endividado
Pois o Banco do Brasil
Levou todo o meu gado
Mas Jefão é o gerente
Vou pagar é parcelado
Eu vi em Xique-Xique
25/2/15 11:06Vou contar, que eu conheço
E você nem acredita:
Uma cidade esquisita
Onde tudo é pelo avesso.
Se quiser dou o endereço
Para visitá-la um dia,
Gente lá não tem valia,
Como bicho é tratada
Lá o homem não é nada
Só quem manda é a bicharada.
Vi mosca de camisola,
Vi cavalo num debate,
Vi uma traça alfaiate
Guaxinim tocar viola,
Um siri jogando bola.
Vi um pica-pau ferreiro,
Um veado arruaceiro,
Vi um mosquito tossindo,
Vi uma gata parindo
E o cachorro era o parteiro.
Vi um peixe de chocalho,
Uma perua discreta,
Jabuti que era atleta
Mais veloz que um atalho,
Calango jogar baralho,
Formiga tapando furo,
A lagartixa no muro
Dando uma de alpinista,
E um preá capitalista
Emprestar dinheiro a juro.
Vi onça vegetariana
Piolho coçar cabeça,
Vi um burro prestar queixa,
Leão comendo banana.
Vi uma zebra de pijama,
Eu vi um peba dando chilique
Guariba tocar pandeiro,
Tanajura usando tanga,
Vi o cão chupando manga
Numa roça de Xique-Xique.
Vi de tudo em Xique-Xique:
24/5/16 22:38Padre vendendo maconha
Rapariga vergonha
Viado sem dar xilique
Porteira de pau a pique
Na entrada da cidade
Ladrão cheio de honestidade
Vinte cornos conformados
Reinaldo Braga deitado
No caixão da caridade!
Miguezim de Princesa
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