No Brasil ainda perduram em segmentos
da população, aquelas pessoas que não ajudam em casa ou em lugar nenhum. Tem
gente que não sabe nem mesmo colocar e tirar uma mesa ou arrumar a própria
cama.
Atiram suas coisas pela casa, no chão, em qualquer lugar, e as deixa lá, pelo
caminho. Não estão nem aí. Eles foram criados irresponsáveis e
inconsequentes. É o tipo de cara que pede um copo d’água deitado no sofá. E não
faz nenhuma questão de mudar.
O tempo deles vale mais que o das
demais pessoas. É a mãe que fura a fila de carros no colégio dos filhos. É a
moça que estaciona em vaga para deficientes ou para idosos. É o casal que
atrasa uma hora num jantar marcado com os amigos. A lei e as regras só valem
para os outros. Não aceitam restrições. Para eles, só privilégios e
prerrogativas. Um direito divino – porque eles são melhores que todos os
outros. São adeptos do vale tudo social, do cada um por si e do seja o
que deus quiser. Eles só tem olhos para o próprio umbigo e os únicos interesses
válidos são os seus.
Arvoram-se parâmetros de tudo. Quanto mais alguém for diferente deles, mais errado esse alguém estará. Eles tem preconceito contra pretos, pardos, pobres, nordestinos, baixos, gordos, gente do interior, gente que mora longe e até com gente que escreve neste blog.
São sexistas para caramba. Mesma lógica: quem não é da sua tribo, do seu quintal, é torto. E às vezes até quem é da tribo entra na moenda dos seus pré-julgamentos e das sua maledicências.
Os perfeitos idiotas de classe média
brasileiros vão para Orlando sempre que podem. Seus templos, seus centros de
peregrinação, são os outlets na Flórida. Acham a Europa chata. E a Ásia, um
planeta esquisito com gente estranha e amarela que não lhe interessa. Há um
tempo, descobriram Nova York – para onde vão exclusivamente para comprar.
Ficaram meia hora dentro do Metropolitan, uma vez, mas acharam aquilo
aborrecido demais. Comem pizza no Sbarro. Jogam lixo no chão. Só anda de táxi –
metrô, com a galera, nem em Manhattan.
Nos anos 90, compravam camiseta no Hard
Rock Cafe. Hoje viraram sacoleiros em lojas com Abercrombie & Fitch e Tommy
Hillfiger. Depois de toda a farra, ainda trocam cotoveladas no free shop para
comprar uísque, perfume, chocolate e maquiagem.
Adoram pagar caro. Fazem questão. Não apenas porque, para eles, caro é
sinônimo de bom. Mas, principalmente, porque caro é sinônimo de “cheguei lá” e
“eu posso” e “veja o quanto eu paguei nesse relógio ou nessa calça da Diesel”.
Eles exibem marcas como penduricalhos numa árvore de natal. É assim que se
mostram para os outros. Se pudessem, deixariam as etiquetas presas aos itens do
vestuário e aos acessórios que carregam. São bregas. Compram para se afirmar,
para se expressar de algum modo.Não se sentem idiotas pagando 4 000 reais por
um console de vídeo game que custa 400 dólares lá fora.
Nem acham um acinte pagar 150 000 reais por um carro que vale 25000 dólares.
Essa é a sua religião. Eles não se importam de ficar no vermelho – a
preocupação com ter as contas em dias é para os fracos. Ele é o protótipo do
novo rico burro. Do sujeito que acha que o bolso cheio pode compensar uma
cabeça vazia.
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