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Direita ou Esquerda, vou ver...

1/23/2014

O tema em questão é mesmo instigante. É interessante verificar como incomoda a alguns a simples menção às categorias “esquerda” e “direita” no campo da política. Mais interessante ainda é perceber que a reação quase sempre parte daqueles que, pelo que pensam e praticam, seriam de direita…

É uma discussão estéril, concordo, mas por motivos diferentes dos normalmente levantados. Em países considerados modelares por esses mesmos críticos, a terminologia esquerda x direita, com suas variações, é empregada sem os traumas que provoca aqui. Então, é mesmo uma discussão estéril, porque não há como negar o óbvio. 

Há – e desde sempre – no Brasil e no mundo, pensamentos e atitudes de esquerda e de direita, em maior ou menor profundidade, gerando maiores ou menores consequências. Os termos remontam à Revolução Francesa: os Girondinos, à direita no plenário da Assembleia Nacional, representavam os nobres e os burgueses ricos; os Jacobinos, sentados à esquerda, eram representantes da pequena burguesia e do povo. Mas as duas posturas ideológicas vêm de muito antes.

Em cada momento, em cada lugar, as posições de esquerda e de direita podem até apresentar variações, nuances, matizes. Mas há sempre como enxergar os dois campos. E não é, seguramente, desqualificando um dos dois com a análise de processos de corrupção (um certo “corruptômetro” que anda por aí), que iremos separar os dois lados.

Se esse ou aquele político de esquerda é corrompido, esse ou aquele político de direita também o é. Se funcionários de órgãos públicos cedem às propinas, empresários da iniciativa particular é que os compram…

O destaque que se dá a um ou outro desses lados corre por conta dos interesses de quem destaca. No Brasil, por exemplo, a tal mídia de direita destaca os erros da esquerda e omite os da direita a que pertence. Por esse caminho, então, não chegamos a lugar algum, a não ser à convicção de que a corrupção é nefasta, onde existir, e deve ser combatida. E que valeria a pena discutir que tipo de sociedade é essa que, calcada no lucro e nos valores materiais, gera, a todo momento, fraudes, negociatas e corrupção…

Se quisermos realmente qualificar posturas de direita e de esquerda, temos que verificar como as pessoas se posicionam, por exemplo, frente ao capital e ao trabalho. Não é interessante verificar que ruralistas e latifundiários se autointitulam e são rotulados pela mídia como membros das “classes produtoras”? Onde ficam os que realmente produzem, os trabalhadores do campo, explorados e às vezes escravizados? Dependendo de para onde façamos pender a nossa “balança ideológica”, seremos, sim, de direita ou de esquerda.

Por exemplo, as cotas, e o posicionamento que se assume sobre elas, são um outro tema que permite a identificação ideológica. Elas colocam de um lado os que as rejeitam como algo contrário à “meritocracia”, que não premiaria os “melhores”. Uma espécie de “seleção natural” que de natural não tem nada, porque esquece, convenientemente, que o “mérito” , em um país perversamente desigual como o nosso, já começa no berço, e acaba sendo, com exceções que confirmam a regra, um mecanismo de perpetuação de elites.

Do outro lado, há os que lutam pelas cotas como instrumento de correção social, um pagamento de dívidas históricas contraídas pelos poderosos. Direita x esquerda, sem dúvida…Nessa esteira haveria muitos outros exemplos.

Um outro exemplo, bem emblemático: o bolsa-família. A posição de direita considera que o bolsa estimula a inércia, uma espécie de “dolce far niente” dos premiados com as “polpudas” importâncias, um bando de desocupados que o Governo subsidia… 

Nada mais perverso do que os bem alimentados ousando discorrer sobre o problema dos que têm fome, aquela mesma fome que o saudoso Betinho dizia que “não podia esperar”.

O que interessa, para a esquerda, é que dezenas de milhões de brasileiros saíram da miséria e vão mais longe do que isso, muito mais, a julgar pelas recentes notícias que dão conta que 1,3 milhão de “bolsistas” devolveram a sua bolsa ao Governo porque já conseguem caminhar com os próprios pés…

Segmentos de direita podem, aqui e ali, ter posicionamentos mais à esquerda, até por demagogia. Da mesma forma, por fraqueza ideológica, a esquerda pode ter momentos de direita. Não devia ser assim, mas acontece.

Mais cedo ou mais tarde , essa confusão de quem entra em contradição com a própria visão do mundo pode provocar irreversíveis problemas de consciência. Nesse quesito, felizmente, e desde garoto, a minha consciência vai seguindo em paz…

Fonte: Pragmatismo político

1 comentários:

Anônimo disse...

Quanta besteira!!! É muito bom se dizer e se sentir de esquerda para chegar ao poder ou para se manter nele, o resto não importa, vamos ser esquerda em nossas mansões e apartamento luxuosos, carros importados e todas as beneficies que essa tal esquerda pode nos propiciar, vamos fazer como o zé rainha que conclama os companheiros de luta para as marchas e comparece aos palanques de helicóptero pois, o companheiro rainha precisa de tempo para cometer assassinato e negociar verbas da reforma agrária lógico, vamos encher o peito e falar em PROUNE,BOLSA FAMÍLIA, BOLSA GENUÍNO e tudo mais, pois nossa tarefa esta sendo cumprida já que Brasil se tornou um pais mais justos, mas no dia que não tivermos mais poder, mansões e cargos, o Brasil voltara a ser um pais sem justiça social. Fanatismo é doença, falso fanatismo é interesse ou bajulação, que no final resulta nos mesmo. Você não vai publicar mais vai lêr.

23/1/14 08:50

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