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Nossa vida está no lixo

1/16/2014


Na vida cotidiana, redes sociais são usadas para devassar a vida privada dos cidadãos e a própria internet, ao invés de ser um meio de comunicação entre as pessoas, se torna instrumento para devassar os costumes dos cidadãos. Ao mesmo tempo, notícias aqui e ali insinuam que, antes mesmo do período eleitoral, políticos contratam espiões para descobrir segredos de rivais perigosos. 

Poderosos de Brasília descobrem que o lixo de suas casas e escritórios não é apenas objeto de interesse por parte dos pobres que vivem da reciclagem. Existe também uma reciclagem não apenas de papéis e metais, mas principalmente de transações e relações ocultas que computadores velhos e papéis do lixo podem revelar.

Mesmo se evitamos a espionagem de nossa vida privada, de certa forma, o lixo que produzimos se parece conosco, ou diz quem somos e o nosso estilo de vida. Além disso, o lixo de nossas casas parece gritar que o nosso modelo de sociedade está saturado, como resíduos de consumo que não têm mais onde se colocar. Somente os seres humanos produzem lixo, no sentido próprio do termo. A natureza recicla sem problemas os dejetos animais e as folhas secas que apodrecem para tornar a terra mais fecunda e a vida renovada. Os animais não produzem lixo. Só a sociedade humana dita moderna produz um tipo de lixo que não se reincorpora no ciclo da vida.

O lixo começou a gerar problema quando a sociedade passou a produzir plástico, eletrônicos e seus derivados, como pilhas e baterias. Para garantir o futuro da vida no planeta Terra, toda a humanidade é chamada a viver uma relação de maior justiça e amor com a Terra, os animais e toda a natureza. Para o futuro, não basta apenas separar os diversos materiais do lixo e reciclá-lo, se se continua a consumir descontroladamente todo tipo de bugigangas para depois tentar o trabalho da reciclagem e reaproveitamento. 

Não basta reciclar. É preciso uma sobriedade de vida que nos leve a produzir menos lixo e a reaproveitar o mais possível nossos recursos. Uma sociedade baseada em objetos descartáveis parece nos conduzir a uma cultura em que até mesmo as pessoas são tratadas como objetos de uso e provisórias, atiradas fora até com um peteleco.

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