
A partir de meados dos anos 1950, o Brasil deu início a uma política externa relativamente independente dos Estados Unidos, o que não significa que o país tenha se afastado dos EUA. A presença norte-americana no Brasil, especialmente na economia, ainda era muito forte. Porém, o governo brasileiro passou a estabelecer contatos também com países que, internacionalmente, eram inimigos declarados dos Estados Unidos - caso de Cuba e da China, ambos comunistas. .
Quando pensamos nesses acontecimentos dentro do contexto mais amplo da Guerra Fria, que opôs os Estados Unidos à União Soviética, temos, então, o pano de fundo internacional em que ocorreram os golpes militares na América Latina. Antes de uma intervenção direta, o governo norte-americano optou pela saída diplomática e pelos pesados investimentos na economia de países em que julgava haver perigo de um golpe comunista. Este era o caso do Brasil.
Num segundo momento, mais radicalizado, a opção foi pelo apoio a grupos civis de direita. Nas eleições de 1962, por exemplo, os Estados Unidos financiaram várias campanhas políticas de civis identificados com o governo norte-americano. Entretanto, a vitória de políticos mais à esquerda, somada a questões internas, precipitou o início da terceira e decisiva fase de participação dos Estados Unidos na política brasileira: o apoio à investida militar contra um governo constitucionalmente eleito.
A morte do presidente John Kennedy, em 1963, também representou uma inflexão na política externa dos Estados Unidos, cujo secretário assistente de Estado para Negócios Interamericanos, Thomas Mann, declararia, já em março de 1964, que "os Estados Unidos não mais procurariam punir as juntas militares por derrubarem regimes democráticos". Estava dada a senha para o golpe contra Goulart.
As articulações para o golpe, contudo, não ocorreram apenas dentro do círculo militar. A perspectiva de intervenção dominava o debate entre políticos civis desde a crise sucessória de 1961, quando à renuncia de Jânio Quadros seguiu-se uma grave crise política contra a posse de Jango.
Diante das eleições presidenciais de 1965 e da impossibilidade constitucional para que Goulart se reelegesse, alguns políticos, temendo que o presidente pudesse dar um golpe de Estado, apoiaram a intervenção. Acreditavam que ela seria curta, como garantiria o futuro presidente Castello Branco. A ditadura, porém, durou bem mais que o planejado pelos insurgentes civis - alguns, inclusive, alcançados pela repressão do próprio regime que haviam defendido.
O deslocamento das tropas norte-americanas
A Operação Brother Sam, deflagrada em 31 de março de 1964, consistiu no deslocamento da frota da Marinha norte-americana estacionada na
região do Caribe para o litoral brasileiro. O apoio logístico em favor dos
golpistas fora solicitado pelo embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Lincoln
Gordon, com quem as forças insurgentes já mantinham contatos visando o suporte
norte-americano à derrubada do governo Jango.
Os Estados Unidos haviam autorizado o envio de 100 toneladas de armas leves e munições, navios petroleiros, uma esquadrilha de aviões de caça, um navio de transporte de helicópteros com 50 unidades a bordo, tripulação e armamento completo, um porta-aviões, seis destroieres, um encouraçado, um navio de transporte de tropas e 25 aviões para transporte de material bélico.
Nem tudo, porém, chegou a ser enviado para o Brasil; e o que foi, nem mesmo foi utilizado. Afinal, não houve qualquer resistência do governo deposto e o golpe superou em muito as expectativas militares. Diante da radicalização política do país na época, e sobretudo em razão dos acontecimentos imediatamente anteriores à deposição de Jango, esperava-se uma resistência que nunca chegou a se concretizar.
Os Estados Unidos haviam autorizado o envio de 100 toneladas de armas leves e munições, navios petroleiros, uma esquadrilha de aviões de caça, um navio de transporte de helicópteros com 50 unidades a bordo, tripulação e armamento completo, um porta-aviões, seis destroieres, um encouraçado, um navio de transporte de tropas e 25 aviões para transporte de material bélico.
Nem tudo, porém, chegou a ser enviado para o Brasil; e o que foi, nem mesmo foi utilizado. Afinal, não houve qualquer resistência do governo deposto e o golpe superou em muito as expectativas militares. Diante da radicalização política do país na época, e sobretudo em razão dos acontecimentos imediatamente anteriores à deposição de Jango, esperava-se uma resistência que nunca chegou a se concretizar.
A sanha dos militares golpistas durou 21 anos que
envergonham a história do Brasil.

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