50 anos do golpe contra a legalidade

 Os grupos que colocaram os militares no poder achavam que os generais governariam durante pouco tempo. Achavam que eles reprimiriam os políticos de esquerda, as lideranças sindicais, estabilizariam a economia, e então, devolveriam o governo aos civis.

Entretanto, para os oficiais do Exército, da Marinha e da Aeronáutica, os militares deveriam ficar no poder por um longo tempo, pois só eles poderiam salvar o Brasil, tornando o país uma grande potência e acabando com o comunismo. Esse grupo ficou conhecido como "Linha Dura".

O marechal Castelo Branco assumiu a presidência e começou a editar atos institucionais que viraram leis apenas com a sua assinatura, sem a aprovação do Congresso.

O AI-1 permitiu a Castelo Branco, cassar mandatos e direitos políticos, com isso o governo impedia a existência de uma oposição.

Para não ter seus mandatos cassados, poucos deputados e senadores ousavam votar contra o governo. A submissão do Congresso levou a aprovação de novos atos ditatoriais, como a limitação do direito de greve e a deposição dos governadores de Goiás, Amazonas e Rio de Janeiro.

Intelectuais, funcionários públicos e artistas foram demitidos ou perseguidos. A ditadura achava que assim estaria combatendo o comunismo.

Em 1965 a oposição ainda conseguiu eleger os governos de MG e RJ. Castelo Branco, então, editou o AI-2, que criou o bipartidarismo, estabeleceu eleições indiretas para a presidência e atribuiu à justiça Militar julgar civis com base na Lei de Segurança Nacional.

Com a entrada do bipartidarismo, foram criados: A Aliança Renovadora Nacional (ARENA), apoiava o governo. O Movimento Democrático Brasileiro (MDB), a oposição.

Os políticos da ARENA eram colocados no Congresso e aprovavam o que o governo mandava.

A bandeira oposicionista passou para as mãos dos estudantes. Em 1964, os militares fecharam a UNE e as entidades estudantis equivalentes em cada estado, mesmo assim as passeatas estudantis enchiam as ruas.