Caetité pode se transformar em cidade fantasma

A única mina de urânio da América latina se encontra no Brasil, mais precisamente em Caetité (BA), produz mais de 400 toneladas de concentrado de urânio por ano extraídas pela INB (Indústrias Nucleares Brasil).

Esse produto é exportado para o Canadá e para alguns países da Europa ou utilizado nas usinas brasileiras de Angra dos Reis (RJ). O Brasil, com apenas 25% do seu território mapeado, é a sexta maior reserva de urânio do mundo.

Os moradores de Caetité denunciam, há muito tempo, os abusos cometidos pela empresa com os trabalhadores, bem assim, a falta de informação e diálogo com a comunidade.

Desde a instalação da unidade das Indústrias Nucleares do Brasil (INB), entre os municípios de Caetité e Lagoa Real, a qualidade de vida dessas famílias caiu drasticamente. Se antes elas tinham terra e água de qualidade para o trabalho, emprego e renda, hoje vivem doentes e inseguras quanto à qualidade dos alimentos que produzem para o autoconsumo e a comercialização do excedente em feiras locais.

Em Caetité acontecem coisas extremamente estranhas. Dos 21 casos de doenças relacionadas com a extração do urânio, confirmadas, 8 são de leucemia com jovens e crianças menores de 17 anos em comunidades expostas, onde há indício forte de que essas comunidades têm um acréscimo associado ao efeito da radiação, sendo preciso acelerar    e intensificar ações reparadoras nesses locais.

A moradora da comunidade de Riacho da Vaca, (município de Caetité) Elenilde, revela como era a vida antes da INB. “A gente sobrevivia aqui do que a gente plantava. A gente ia pra feira comprar muito pouco para nossa sobrevivência. A gente plantava arroz, feijão, criava animais, tipo porco, galinha, gado, essas coisas”, lembra.

Isto é de doer a alma, com o povo morrendo de inanição derivada do minério, sem que haja qualquer intervenção concreta das autoridades. 

Fonte: Notícias de mineração