Coronel torturador é encontrado morto

O coronel da reserva Paulo Malhães, que tomou os noticiários recentemente ao revelar como funcionava o centro de tortura clandestino da ditadura militar em Petrópolis e também revelou o destino do corpo do ex-deputado Rubens Paiva, foi encontrado morto na manhã desta sexta-feira dentro de sua casa, num sítio do bairro Marapicu, na zona rural de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.

O militar da reserva teve atuação de destaque na repressão política durante a ditadura militar e, no mês passado, em depoimento à Comissão Nacional da Verdade, assumiu ter participado de torturas, mortes e desaparecimentos de presos políticos.

No mesmo depoimento à Comissão, o militar da reserva de 76 anos, admitiu que torturou e matou militantes nas prisões clandestinas da repressão.

“Quando o senhor vai se desfazer de um corpo, quais são as partes que podem determinar quem é a pessoa? Arcada dentária, digitais e só”, respondeu ele aos questionamentos de José Carlos Dias, membro da CNV. “Quebrava os dentes. As mãos, não (eram cortadas). Cortavam-se os dedos. E aí se desfazia do corpo… Eu não era tão especialista assim, existia gente mais especialista do que eu”, disse.

Segundo investigadores da Divisão de Homicídios da Baixada Fluminense, que acabam de realizar uma perícia no local, três homens invadiram a residência de Paulo Malhães, 75 anos, na tarde desta quinta-feira. Ele ficou em poder dos bandidos de 13h às 22h, segundo o relato de testemunhas, entre elas a viúva e 5ª esposa do ex-coronel, Cristina Batista Malhães, de 36 anos de idade.

- Eu fiquei amarrada e trancada no quarto, enquanto os bandidos reviravam a casa toda em busca de armas e munição. Não era segredo que ele era colecionador de armas - disse Cristina, enquanto era conduzida para a Divisão de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF) para prestar depoimento.

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