Tenho convicção da minha
insignificância e fragilidade neste mundo. Sou apenas um entre 7 bilhões de
seres humanos também insignificantes.
O meu futuro inexorável será pó de carbono que vai atomizar o meu inglório túmulo, ionizando o átomo a ser programado ao esquecimento.
Fui profetizado como o primeiro réu a ser julgado no apocalíptico Juízo Final, cuja sentença condenatória não ensejará recursos.
Entretanto, serei degredado para cumprir minha pena retornando ao vale de lágrimas, num cenário de montagem da divina comédia de Dante .
Alberto Caeiro, poeta modernista
português (heterônimo de Fernando Pessoa), defendia uma visão mais “realista” do
homem para o mundo:
O meu futuro inexorável será pó de carbono que vai atomizar o meu inglório túmulo, ionizando o átomo a ser programado ao esquecimento.
Fui profetizado como o primeiro réu a ser julgado no apocalíptico Juízo Final, cuja sentença condenatória não ensejará recursos.
Entretanto, serei degredado para cumprir minha pena retornando ao vale de lágrimas, num cenário de montagem da divina comédia de Dante .
Feito o exórdio acima, há de se afirmar
que todos os dias vivemos mentiras,
deixamos de fazer algumas coisas com medo das consequências de nossos atos,
criando um mundo imaginário no qual as consequências de um simples “oi” serão
catastróficas – ou as mais maravilhosas que a mente humana pode imaginar.
Pensamos sempre no depois, e esquecemos
o agora! Vivemos num futuro imaginário, enquanto o agora real fica em segundo
plano. Evitamos falar algumas coisas porque em nosso futuro imaginário as
consequências dessas palavras não foram boas. Ou ficamos presos num futuro
imaginário muito bom, no qual tudo deu certo, tudo valeu a pena, e esquecemos
de fazer com que aquele futuro possa se tornar real. Vivemos um faz-de-conta de
coisas boas e ruins; esquecemos do agora e vivemos o depois.
“O que nós vemos das cousas são as
cousas/ Por que veríamos nós uma coisa se houvesse outra?/ Por que é que ver e
ouvir seria iludir-nos/ Se ver e ouvir são ver e ouvir?”.
As flores são flores, as estrelas são
estrelas, e não há nada a mais nem nada a menos em cada uma das coisas. Caeiro
tentou nos ensinar a virar a cabeça para ver os donos daquelas sombras que
víamos na parede. Ensinou-nos que o que vemos e ouvimos não são mais do que
vemos e ouvimos.
Um vaso de plantas não é mais do que um
vaso de plantas, e o que dizemos é o que queremos dizer (obviamente isso não
serve pra linguagem em código).
Está na hora de mudar! Vamos, aos
poucos, voltar ao presente e lutar pra que o nosso futuro em que tudo deu certo
se realize! Viremos a cabeça para o lado certo e evitemos de tropeçar em
diversos obstáculos, não esqueçamos mais de andar. O futuro não é agora! O
futuro não será nunca!
O futuro é apenas um tempo verbal, o que importa é o agora!
Lutemos por nossos direitos, por nossos sonhos, e transformemos o futuro em presente!
Lutemos por nossos direitos, por nossos sonhos, e transformemos o futuro em presente!
Mas não esqueçamos de que “o que foi voltará a
ser, o que aconteceu, ocorrerá de novo, o que foi feito se fará outra vez; não
existe nada de novo debaixo do sol”.
Já dizia o Rei Salomão há mais de 3.000 anos.
nilsonazevedo@globo.com
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