Gente de classe média que adooora protestar contra Dilma, Lula e o PT vai
descobrir que bater panelas, ingenuamente a serviço de banqueiros e
empresários bilionários interessados na captura do poder, sempre dará combustível
para a bancada de deputados federais que
lhe enfiou uma facada nas costas. Sim, a bancada conservadora que foi eleita nas últimas
eleições graças ao eleitorado seduzido pela embalagem do conservadorismo, votou
ontem pela aprovação do Projeto de Lei da terceirização ilimitada (PL 4.330).
Essa classe média sabe, por experiência
própria – pois o uso indevido de mão de obra terceirizada não é novidade por
aqui e vinha sendo cada vez mais
condenado na Justiça – que esse projeto, caso seja definitivamente aprovado, (falta a votação no Senado) tem tudo para detonar o emprego e o salário de
quem trabalha em grandes empresas. E também o sonho de muitas pessoas de classe
média: passar num concurso público ou empregar-se em quaisquer empresas para
ter um bom salário e uma carreira profissional estável e promissora.
Com a terceirização ilimitada, adeus
carreira, adeus bons salários, adeus direitos e benefícios, adeus férias na
Disney ou uma esticadinha em Buenos Aires. Mesmo os concursos em empresas estatais
mistas podem ir para o beleléu se um governo do PSDB for do tipo “choque de gestão”
tucano, pois também poderão contratar toda a mão de obra terceirizada.
Paradoxalmente, quem defende os
direitos trabalhistas, inclusive da classe média manifestante, é justamente o
principal alvo dos protestos: a presidente Dilma Rousseff, a quem caberá vetar
perdas de direitos, e seu partido. O
PT, o PCdoB e o Psol foram os únicos partidos que votaram contra a
terceirização ilimitada.
Outro fator para o drama dos classe
média é que é já começam a ser informados que estão a fazer papel de bobo, como burro de carga, carregando faixas e
cartazes contra a corrupção, a serviço de movimentos patrocinados por
banqueiros e bilionários, alguns deles possivelmente metidos em escândalos de
corrupção e sonegação, que sabe com contas na Suíça ou enrolados na operação
Zelotes, da Polícia Federal.
Além disso, que protesto anticorrupção
é esse que não cobra o julgamento do mensalão tucano em Minas Gerais, a
investigação do trensalão em São Paulo, das denúncias de sonegação contra
grandes empresários, bancos, multinacionais e até a Globo, não menciona a
taxação de grandes fortunas nem o fim do financiamento privado?
A não ser as “viúvas” da ditadura e dos
governos tucanos, quem vai percebendo o que está por trás dessas manifestações
não volta. E quem não foi já dispõe de informação para não se deixar levar pela
embalagem do protestos convocados pelas startups. É até provável que
muita gente de boa-fé, que realmente busque mais direitos, encontre sua turma
em outros protestos, em movimentos mais autênticos, com pautas de
reivindicações claras, objetivas e coerentes – diferentemente dessas que
escondem seus verdadeiros patrocinadores e o que querem de fato.
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