Muitos brasileiros fazem a maior festa
pelo fato de entrarem em uma faculdade. Isso é natural e não lhes tiro a
razão!
Todavia, outros tantos brasileiros não
têm a mínima preocupação se o curso é ruim. Se o professor é picareta e
faltoso. Se não há critério pedagógico. Se não é preciso ler o texto exigido no
programa para passar na prova. Ou se a prova é mera formalidade e se passa
assim mesmo ou se passa assim mesmo na base do PP. (pagou, passou).
Por isso há comemoração mesmo que
se saia do curso com a mesma bagagem cultural, intelectual e técnica de
quando se entrou na faculdade e com a mesma condição que nasceu: A de
indigente intelectual, insensível socialmente, sem visão minimamente crítica ou
sofisticada sobre a sua realidade, do mundo atual e seus conflitos.
É por isso que existe tanto médico que
não sabe operar. Tanto advogado que não sabe escrever ou interpretar um texto.
Tanto psicólogo que não conhece Freud ou Jung. Tanto jornalista que não lê
jornal...
Já vimos, por exemplo, coordenador de
curso gritar, em dia de formatura, como líder de torcida em dia de jogo:
“vocês, formandos, são privilegiados. Venceram na vida. Fazem parte de uma
parcela minoritária e privilegiada da população”.
Por trás desse discurso está uma lógica
perversa de dominação. Uma lógica que permite colocar os operários e
trabalhadores braçais em seu devido lugar. Por aqui no Brasil, não nos
satisfazemos em contratar serviços que não queremos fazer, como lavar, passar,
enxugar o chão, lavar a privada, pintar as unhas ou trocar a fralda e dar banho
nos filhos.
Aproveita-se, até a última ponta, o gosto de dizer: “estou te pagando e enquanto estou pagando eu mando e você obedece”. Para quê chamar a atenção do garçom com discrição se o "distinto" pode fazer um escarcéu se pediu batata-fria e ele entregou mandioca frita? (Sem falar aqui dos excelentíssimos senhores doutores da área jurídica, tristemente famosos pelas "carteiradas").
Aproveita-se, até a última ponta, o gosto de dizer: “estou te pagando e enquanto estou pagando eu mando e você obedece”. Para quê chamar a atenção do garçom com discrição se o "distinto" pode fazer um escarcéu se pediu batata-fria e ele entregou mandioca frita? (Sem falar aqui dos excelentíssimos senhores doutores da área jurídica, tristemente famosos pelas "carteiradas").
No caso da síndrome tupiniquim da dominação, o doutor está querendo lembrar a todos que
estudou, que é formado e trabalhou para sentar à mesa de restaurante
e, nessa condição, merece ser servido com prioridade e ainda aplaudido
pelos garçons. E isso não é virtual. É real.
No entanto, é de se dizer e aprender: Pobre do país cujos diplomados
servem, na maioria dos casos, para ainda corroborar essas posições muito em voga no Brasil do Século XIX.
0 comentários:
Postar um comentário
Os comentários serão de responsabilidade dos autores. podendo responder peço conteúdo postado!