Em meados do século XX, em plena
decadência da mineração, as lutas entre famílias se intensificam por toda a
Chapada Diamantina.
De Brotas de Macaúbas (Chapada Velha) e com milícia própria, entra em cena a figura mais controversa do sertão baiano, Horácio de Mattos.
Filho de garimpeiro, Horácio, movido por seu sentimento progressista, uma exceção entre os coronéis do sertão, sonhava com o desarmamento e fez uma peregrinação para propor um acordo de paz, que foi “quebrado” pelo assassinato de um de seus sete irmãos, por rivais.
Horácio tenta fazer com que os assassinos fossem presos e julgados de acordo com a lei, mas não obtém resultados e em 1915 sitia Campestre (atual Seabra) onde o coronel Manuel Fabrício de Oliveira protegia os assassinos de seu irmão. A partir daí, começa sua vida, dividida entre o desejo de paz e a guerra no sertão.
Em 1916 Mattos e seus homens marcham rumo ao reduto de mais um coronel, Militão Rodrigues Coelho, que estaria tomando de forma violenta, terras na região. A batalha vitoriosa durou 5 meses e deixou 400 mortos.
O poderio do bravo coronel do sertão já é notado por outras áreas da Bahia, tanto que o então governador J.J. Seabra (1912-1916 e 1920-1924) faz um acordo com Horácio de Mattos e transfere órgãos oficiais para a Chapada a partir das escolhas do coronel.
É o período no qual paira pela Chapada um breve momento de paz.
De Brotas de Macaúbas (Chapada Velha) e com milícia própria, entra em cena a figura mais controversa do sertão baiano, Horácio de Mattos.
Filho de garimpeiro, Horácio, movido por seu sentimento progressista, uma exceção entre os coronéis do sertão, sonhava com o desarmamento e fez uma peregrinação para propor um acordo de paz, que foi “quebrado” pelo assassinato de um de seus sete irmãos, por rivais.
Horácio tenta fazer com que os assassinos fossem presos e julgados de acordo com a lei, mas não obtém resultados e em 1915 sitia Campestre (atual Seabra) onde o coronel Manuel Fabrício de Oliveira protegia os assassinos de seu irmão. A partir daí, começa sua vida, dividida entre o desejo de paz e a guerra no sertão.
Em 1916 Mattos e seus homens marcham rumo ao reduto de mais um coronel, Militão Rodrigues Coelho, que estaria tomando de forma violenta, terras na região. A batalha vitoriosa durou 5 meses e deixou 400 mortos.
O poderio do bravo coronel do sertão já é notado por outras áreas da Bahia, tanto que o então governador J.J. Seabra (1912-1916 e 1920-1924) faz um acordo com Horácio de Mattos e transfere órgãos oficiais para a Chapada a partir das escolhas do coronel.
É o período no qual paira pela Chapada um breve momento de paz.
Com o garimpo na Chapada Velha em decadência, há uma debandada rumo à Chapada
Oriental, para os lados do que hoje é Lençóis (conhecida como Vila Rica da
Bahia, na ocasião). A cidade era rica em carbonato ( mineral que ajuda na
perfuração de túneis e na lapidação dos diamantes) e única produtora mundial
deste material no período.
Cidade de Lençóis, reduto de Horácio de Matos |
Horácio toma o poder em Lençóis
através de um acordo com Aureliano Sá, que prefere não promover mais um
derramamento de sangue.
Lençóis, a capital das lavras está sob comando de Horácio de Mattos. Era como se a Bahia tivesse dois governos, um na capital (J.J. Seabra) e outro no interior (Horácio de Mattos).
A essa altura Horácio que acumulara tanto poder na região, recebe os títulos de Delegado Regional da Zona Centro-Oeste e Senador Estadual.
Góis Calmon, governador do Estado, 1924-1928, (depois do exercício de J. J. Seabra) rompe com Horácio por não suportar seu “poder paralelo”.
Em 1925 Calmon manda seu exército “destronar” Horácio de Mattos.
Pela primeira vez ele estava cercado; apesar de estar em vantagem por conhecer a Chapada Diamantina a fundo, Horácio não contava com participação de um membro da família Sá (uma de suas rivais) que guiou o exército por locais estreitos, cujas mortes se davam homem a homem.
Lençóis, a capital das lavras está sob comando de Horácio de Mattos. Era como se a Bahia tivesse dois governos, um na capital (J.J. Seabra) e outro no interior (Horácio de Mattos).
A essa altura Horácio que acumulara tanto poder na região, recebe os títulos de Delegado Regional da Zona Centro-Oeste e Senador Estadual.
Góis Calmon, governador do Estado, 1924-1928, (depois do exercício de J. J. Seabra) rompe com Horácio por não suportar seu “poder paralelo”.
Em 1925 Calmon manda seu exército “destronar” Horácio de Mattos.
Pela primeira vez ele estava cercado; apesar de estar em vantagem por conhecer a Chapada Diamantina a fundo, Horácio não contava com participação de um membro da família Sá (uma de suas rivais) que guiou o exército por locais estreitos, cujas mortes se davam homem a homem.
Mesmo com grande perda, Mattos vence
mais uma batalha. Escreve uma carta ao governo informando sobre a morte do
major de polícia, João da Mota Coelho que estava no comando das operações.
Os feitos das famílias Sá e Mattos em Lençóis podem ser resumidos como: Sá “ergueu” a cidade e Mattos quis expandi-la para outras classes.
Em 1926 a Coluna Prestes segue para a Chapada Diamantina. Neste momento o governo federal precisa de Horácio de Mattos. Ele e seus jagunços, além do coronel Franklin de Albuquerque do município de Pilão Arcado, perseguem a Coluna da região central da Bahia até a fronteira com a Bolívia!
Foi a primeira vez em que os bravos homens da Chapada são convocados a servir o país lutando contra os revoltosos (Coluna Prestes) a favor de Dutra (Eurico Gaspar Dutra, que também foi ministro da Guerra do governo Getúlio Vargas).
Horácio é recebido como herói e torna-se prefeito de Lençóis. Constrói então as primeiras escolas da região, estradas, calçamentos, rede elétrica e, para facilitar a circulação de dinheiro na região, chega a emitir papéis coloridos que viraram moeda corrente local.
Movido por seu sonho de paz, Horácio faz uma peregrinação em todo sertão e desarma todos os coronéis da região a pedido do Governo Federal. Após o desarmamento é traído e preso.
Chovem pedidos de soltura na mesa de Getúlio Vargas. Horácio é solto em 13 de maio de 1931, mas não pode sair de Salvador.
Dois dias depois de liberto, leva três tiros pelas costas a mando de parentes do major de polícia João da Mota Coelho, que morrera cinco anos antes, durante o cerco a Lençóis.
De acordo com o escritor Walfrido Moraes, biógrafo de Horácio, o código dos Mattos era:
“Não humilhar ninguém, nem se deixar humilhar.
Não roubar nem permitir que quem roube fique impune.
Não provocar, mas se ofendido, reagir pela honra”.
Após a morte de Horácio, com a economia aniquilada e sem liderança política, a região da Chapada Diamantina entra em decadência e sua população começa a migrar para lavouras de café e garimpos em outros estados do Brasil.
Residência de Horácio de Matos em Lençóis |
Os feitos das famílias Sá e Mattos em Lençóis podem ser resumidos como: Sá “ergueu” a cidade e Mattos quis expandi-la para outras classes.
Em 1926 a Coluna Prestes segue para a Chapada Diamantina. Neste momento o governo federal precisa de Horácio de Mattos. Ele e seus jagunços, além do coronel Franklin de Albuquerque do município de Pilão Arcado, perseguem a Coluna da região central da Bahia até a fronteira com a Bolívia!
Foi a primeira vez em que os bravos homens da Chapada são convocados a servir o país lutando contra os revoltosos (Coluna Prestes) a favor de Dutra (Eurico Gaspar Dutra, que também foi ministro da Guerra do governo Getúlio Vargas).
Horácio é recebido como herói e torna-se prefeito de Lençóis. Constrói então as primeiras escolas da região, estradas, calçamentos, rede elétrica e, para facilitar a circulação de dinheiro na região, chega a emitir papéis coloridos que viraram moeda corrente local.
Movido por seu sonho de paz, Horácio faz uma peregrinação em todo sertão e desarma todos os coronéis da região a pedido do Governo Federal. Após o desarmamento é traído e preso.
Chovem pedidos de soltura na mesa de Getúlio Vargas. Horácio é solto em 13 de maio de 1931, mas não pode sair de Salvador.
Dois dias depois de liberto, leva três tiros pelas costas a mando de parentes do major de polícia João da Mota Coelho, que morrera cinco anos antes, durante o cerco a Lençóis.
De acordo com o escritor Walfrido Moraes, biógrafo de Horácio, o código dos Mattos era:
“Não humilhar ninguém, nem se deixar humilhar.
Não roubar nem permitir que quem roube fique impune.
Não provocar, mas se ofendido, reagir pela honra”.
Após a morte de Horácio, com a economia aniquilada e sem liderança política, a região da Chapada Diamantina entra em decadência e sua população começa a migrar para lavouras de café e garimpos em outros estados do Brasil.
Com a proibição do garimpo, os habitantes que
permaneceram na Chapada Diamantina
tiveram que buscar outras alternativas para se sustentar. Surgiu, portanto, a
atividade turística e com ela veio os conflitos de uma filosofia de preservação
ambiental com a tradicional atividade do garimpo, que era responsável por uma degradação
ambiental.
A partir dos anos 90 começaram a chegar turistas interessados nas belezas das
montanhas que formam o parque. A Chapada Diamantina pôde sair da decadência
econômica que se encontrava, sendo hoje uma das regiões brasileiras mais
procuradas para o ecoturismo que se estende além do município de Lençóis.
Fonte: Horácio de Matos
Jagunços e Heróis de Walfrido Moraes
Jagunços e Heróis de Walfrido Moraes
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