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MORDE E ASSOPRA

5/18/2015



“Nas favelas, no senado, sujeira pra todo lado, Ninguém respeita a Constituição, mas todos acreditam no futuro da nação”. Esta canção da Banda Legião Urbana embalou a juventude brasileira no final da década de 80 e de norte a sul do país todos se perguntavam: Que país é este?

Ora pois: Este é um país onde se recebe  proteção em troca de favor ou apoio político. usando a máquina eleitoral  para arrecadar e  oferecer benefícios, privilégios e facilidades em troca da garantia dos votos.

O clientelismo é, portanto, um sistema de troca de favores por votos.  Como nota característica, o cliente fica em total submissão ao patrão que está no poder. Daí vultosa parcela do dinheiro público aplica-se de forma inconfessável  para beneficiar aqueles que giram  em torno do Poder  enquanto houver a oportunidade. 

Infelizmente um segmento substancial do povo brasileiro ainda é ignorante quando o assunto é representatividade política, bem assim quando se aborda o significado de coeficiente eleitoral,  Muitos preferem apontar todas as mazelas aos conspiradores, sejam eles de direita, liberais, conservadores,  totalitários ou da esquerda caviar, festeira e festiva.

Mas, apenas para sustentar algum raciocínio,  lembrem-se de que as massas populares são obrigadas a votar. Neste contexto,  o povo brasileiro não tem  a liberdade democrática de decidir se deve ou não votar.  O voto é compulsório e não tem discussão.

Imaginemos que alguns filhos  deste solo da nossa "mãe gentil"  saibam  quem é a Presidente   e dela esperem  todas as  soluções para os seus problemas, até existenciais. Todavia, muitos fugitivos da luta primam por desconhecer quais são as funções e os trabalhos desempenhados  por seus deputados, vereadores,  prefeitos. sendo que muita gente nem sabe de quem se trata. Desconhecem os nomes inclusive com fotos.

Alguém desta brava gente brasileira não deveria acreditar que um brioso cidadão do Estado do Acre, no que diz respeito à representatividade política,  vale, neste contexto, cinco a vinte vezes a um mineiro, um baiano  ou a um carioca na hora de votar.  Mas isso acontece, puro e simplesmente, em razão da falta de coeficiente eleitoral único no Brasil.

Não há quem tire da cabeça de alguns que  pertencem a currais eleitorais e elegem pseudos-líderes que passam o bastão de pai para filho, desde a época das capitanias hereditárias. E isto é banal, algo corriqueiro e  comum.

Nos últimos anos foi introduzida uma novidade na política brasileira, quando já passam o bastão de marido para mulher, para a amante ... de pai para filhas ou filhos e netos.

Quando ouço um político dizer que vai consultar sua base eleitoral, vejo que muitos vão consultar mesmo são os seus afiliados e financiadores de sua campanha.  Isto é fato.

Clientelismo é a utilização dos órgãos da administração pública com a finalidade de prestar serviços para alguns privilegiados em detrimento da grande maioria da população e  tem a finalidade de amarrar politicamente o beneficiado. Os intermediários de favores prestados às custas dos cofres públicos, são todos os chamados clientelistas, despachantes de luxo ou traficantes de influências. O grande objetivo dos intermediários é o voto do beneficiado ou dinheiro (corrupção).

O clientelismo é a porta da corrupção política e o pai e a mãe das irregularidades e do uso da "máquina administrativa" com finalidades perversas e, no final da história, os prejudicados são a maioria dos cidadãos e cidadãs que cumpre com seus deveres.

Dizia-me um professor  que os brasileiros acreditavam, ingenuamente, que os "políticos de plantão" resolveriam os nossos infindáveis problemas. Entretanto, tenho pra mim que até hoje os políticos plantonistas e profissionais sempre defenderão os seus interesses particulares e de seu grupo.

Raramente servirão aos interesses coletivos e tampouco seguirão os princípios e valores que norteiam os seus partidos. É por isso que o nosso país não pode se ufanar de ser a oitava economia do mundo sem que o povo participe desta riqueza que, para mim, é conversa fiada para raposa dormir. Se  nós brasileiros não nos educarmos formal e politicamente, haveremos de vivenciar o morde e assopra eleitoreiro de geração a geração.

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