Em Minas há um dito para definir pessoas: ˆFulano é sabido mas não é
esperto". Refere-se àquelas pessoas que esbanjam conhecimento, mas carecem
de esperteza.
Aécio Neves, seguramente, não é sabido nem esperto.
Em relação aos temas contemporâneos, é de uma ignorância crassa. Em
relação à decantada esperteza política mineira - da qual seu avô Tancredo Neves
quase foi um representante - é um completo jejuno.
Enquanto estava em Minas, Aécio foi blindado. Representava um conjunto
de forças relevantes e seus partidários o cercavam quase com o mesmo zelo com
que se cerca um incapaz. Aqui mesmo, alguma vez me iludi que ele seria a força
civilizada do PSDB contra a selvageria representada por Serra.
Engano. Não se desgastou porque pouco se sabia sobre ele, apenas o fato
de ser um folgazão, um cinquentão cercado de amigos farristas e querendo gozar
a vida.
Colocado no centro do picadeiro, a cada dia que passa revela sua
verdadeira face, de um político sem dimensão do nacional, desinformado e bobo,
de uma tolice adolescente.
José Serra sempre foi excessivamente esperto, da modalidade que em Minas
se diz que a esperteza engole o esperto.
Sua tática consistia, sempre, em analisar para onde soprava o vento da
mídia e se colocar em posição favorável. Havia espaço vago para assumir um
discurso industrialista? Serra se colocava. O momento agora é da intolerância
moral? E Serra se punha a ler a Bíblia e condenar os ímpios ao fogo do inferno.
Aécio tenta praticar a mesma esperteza, mas com um grau mortal de
desinformação.
Sempre foi um parlamentar apagado. No Senado, era nublado até pela
atuação de Itamar Franco.
Como não tem nada a oferecer, ideias, conciliação, propostas, paciência
para abrir mão do lazer em favor dos trabalhos, embarcou na única canoa que se
julgou capaz de dirigir: a do terceiro turno. E passou a produzir um festival
campeão de fanfarronices e factoides, contando com a falta de discernimento da
mídia para se promover.
É um completo tolo.
Serra, o mais rancoroso dos tucanos, já se deu conta de que o momento é
o da responsabilidade e da pacificação. Tirou correndo a túnica de incendiário
e de pastor louco e voltar a envergar a de parlamentar responsável.
Geraldo Alckmin fica na dele. Dia desses conversei com um dos generais
alckmistas. Dizia ele: se o Geraldo não fizer nada, leva tudo contando apenas
com as besteiras do Aécio.
Mas Aécio vai continuar assim pelo resto da sua vida política. Conta
prosa em público, como um valentão de praia. Depois, irá se vangloriar com seus
companheiros de noitadas intelectuais: Ronaldão, os Garnero e outros playboys
"malacas" das praias do Rio.
Por Luis Nassif, no jornal GGN
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