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MEMÓRIAS DE UM ESTUDANTE DE DIREITO

8/28/2015


 

Perguntaram-me, outro dia, se eu trabalho ou vivo a flautear tal qual um vagante deitado numa rede à beira do mar da Bahia, de pernas pro ar, ou coisa que o valha, enquanto eles, meus intrépidos questionadores, dizem que ralam à beça, dando um duro danado, para conseguir colocar o feijão fradinho com arroz arbóreo em casa.

Revelo, na condição de estagiário de direito, que trabalho igual a um condenado em regime semiaberto. Desperto das minhas insônias diuturnas antes do nascer do sol e, ainda na alvorada, vou para o escritório onde passo manhãs, acessando no computador as adequadas jurisprudências que serão lançadas nas minutas do arrazoado que, por sua vez,  serão submetidas ao crivo do nosso advogado-chefe e assim, tão somente, é que ajuizaremos as nossas petições e pretensões.

Rotineiramente o advogado-chefe nos avisa que ele será implacável se, porventura, alguns de nós estagiários deixarmos de lhe inteirar sobre prazos processuais prestes a serem vencidos. Na hipótese de não o avisarmos, teremos o olho da rua como a aplicação de pena mais branda, além da implementação de acessórios decorativos de todos os brocardos jurídicos publicados em latim ou mesmo em português arcaico.

Já não está mais na moda a interpretação analítica da teoria do "domínio do fato", lançada em segunda mão pelo hoje aposentado, Dr. Quincas Barbosa, que não passou no exame da OAB porque a ele não se submeteu, mas mesmo assim, recebeu a cobiçada carteira de advogado, sob os nossos protestos de consideração e apreço.

Na condição de estagiários jamais perdemos prazos processuais aqui no escritório, a merecer, portanto, singulares comemorações. Tanto é que no dia do nosso padroeiro Santo Ivo, que este ano caiu numa sexta-feira 13 à noite, estamos a comembeborar aqui numa cantina chic do Largo do Campo da Pólvora, nas imediações do Forum Rui Barbosa, com pratos do dia a ressaltar as Lagostas ao Termidor ou o  Filé a Hans Kelsen, acompanhados de vinho das vinhas são franciscanas, especialidades de Dona Bilú, provecta cozinheira franco-baiana do restaurante do Largo.

Nilson Machado de Azevedo


2 comentários:

Anônimo disse...

Quero fazer uma denúncia através deste importante meio de comunicação na nossa sociedade xique-xiquense,dirigida à Secretaria de Educação:no bairro de Pedrinhas,na Escola Nossa Senhora da Conceição quase ninguém vê a diretora daquela escola,sempre diz que está em alguma reunião!Ora,está recebendo para ficar em reunião ou prestar serviço à comunidade?Atenção secretário de educação!!!

28/8/15 09:09
Anônimo disse...

Como eh o nome dessa diretora?

29/8/15 16:09

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