Empresários da área
de fabricação, distribuição e venda de extintores estão contabilizando seus
prejuízos desde esta sexta-feira, 18, quando a Resolução nº 556 do Conselho
Nacional de Trânsito (Contran) oficializou o fim da obrigatoriedade do uso do
equipamento de segurança em veículos de passeio.
O empresário Aldo
Garcia, sócio-proprietário da distribuidora Alcelin Extintores, sabe bem como é
o desespero de ter em estoque milhares de itens que ninguém quer. Por causa de
uma resolução de 2009 do Contran, que tornava obrigatório o uso dos extintores ABC
nos veículos a partir de 2015, ele e o parceiro comercial apostaram que
venderiam toda a remessa adquirida.
Agora, com a nova
determinação do conselho, possuem 41 mil extintores ociosos. No estoque
da empresa, em Lauro de Freitas, 9 mil equipamentos do modelo ABC e 20 mil do
modelo BC estão depositados. Outros 12 mil ABC chegarão pela estrada na
segunda-feira.
O prejuízo, de
acordo com o empresário, se aproxima de R$ 2,255 milhões. O cálculo leva em
conta o valor unitário de R$ 55, que, segundo Garcia, é praticado pelas
fábricas do setor.
Sem alternativa
"Não sabemos o
que fazer com esses produtos que agora não serve para nada", afirma, sem
esperança de que as pessoas continuem utilizando o equipamento. "As
pessoas não compram se não for obrigatório, não tem como aproveitar nada".
A distribuidora do qual ele é dono vende cerca de 10 mil extintores por mês na
Bahia.
Micro e médio
empreendedores também ainda não sabem o que fazer para evitar prejuízos. É o
caso da empresária Silvana Panofo, dona da loja Galego Extintores, de Feira de
Santana (a 108 quilômetros de Salvador). Com 300 peças ABC no estoque, ela
tenta negociar com as distribuidoras a devolução dos produtos.
"Estávamos
fazendo estoque, então não sei ainda o tamanho do prejuízo. Mas ele vai
existir", lamentou. No caso dela, os equipamentos foram adquiridos por um
valor maior do que a distribuidora Alcelin, por causa de gastos com frete,
impostos e taxas sob transações.
As fabricantes de
extintores também serão prejudicadas. A paranaense onde o empresário Aldo
Garcia compra os equipamentos, por exemplo, possui 150 mil unidades prontas,
produzidas para atender a demanda da resolução de 2009 do Contran, que entraria
em vigor no próximo dia 1º de outubro.
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